“Atrativos de Minas devem
ter papel fundamental na
retomada do desenvolvimento”
Marcelo Henrique Teixeira Dias, mais conhecido como Marcelo Álvaro Antônio é mineiro de Belo Horizonte e nasceu em 16 de fevereiro de 1974. É um empresário e político brasileiro, sendo o atual Ministro do Turismo do Brasil. Foi o deputado federal mais votado do estado de Minas Gerais nas eleições de 2018, quando foi reeleito, com 230.008 votos. Ingressou na política em 2012, como vereador na cidade de Belo Horizonte, pelo Partido Republicano Progressista. É filho do ex-deputado Álvaro Antônio Teixeira Dias e de Vilma Penido Dias. Divorciado, é pai de três filhos: Amanda, Ana Clara e Paulo Henrique e tem uma neta. Atualmente, Marcelo é filiado ao Partido Social Liberal (PSL). Tem como principais bandeiras o combate à corrupção, a valorização do turismo e da cultura como importantes molas propulsoras da economia brasileira, principalmente na geração de emprego e renda, a descentralização de recursos da União para os Estados e municípios e é também um defensor da causa animal.
Como Ministro do Turismo, cargo que assumiu em 2019 e ocupa atualmente, Marcelo desenvolveu um importante trabalho já no primeiro ano de gestão, com vários recordes batidos e resultados expressivos. O setor apresentou um crescimento de 2,6% em 2019, acima da média nacional que foi de 1,1%. Além disso, diversos lugares atingiram marcas expressivas de visitação, como é o caso de Foz do Iguaçu, após a adoção de um novo modelo, focado em desenvolvimento econômico e promoção. Alvaro Antônio promoveu e desenvolveu ainda programas importantes, com destaque para o Investe Turismo, o “A Hora do Turismo”, o Cadastur, o Fungetur e os cursos de capacitação gratuitos oferecidos pelo Ministério. Em entrevista exclusiva o Ministro falou sobre assuntos importantes para região em primeira mão para a Rede de Notícias do Sindijori MG:
Rede – O Senado recentemente debateu essa questão de Furnas e uma das suspeitas era de que o reservatório estava liberando água em razão da hidrovia Tietê/Paraná. Chegou-se até a aventar a possibilidade de se colocar a Polícia Federal para apurar o caso. O senhor tem conhecimento se isso foi apurado?
Marcelo Álvaro Antonio- Não tenho informações neste sentido e reforço que nosso papel é contribuir para avançarmos no debate entre todas as partes envolvidas, que permita se chegar a uma solução que, de forma equilibrada, contemple todos as necessidades em questão. Esta é a tônica que tem pautado a participação do Ministério do Turismo neste debate.
Rede – Senhor Ministro, existe alguma providência junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS), Agência Nacional das Águas (ANA) e Furnas Centrais Elétricas, visando estabelecer a cota mínima de 762 no Lago de Furnas para se garantir o multiuso das águas, em especial a exploração turística, que há 10 anos está prejudicada em razão do uso irracional do reservatório?
Marcelo – Tive a oportunidade de participar recentemente, em Brasília, de reunião no próprio ONS que discutiu esta questão. O encontro, que contou com a presença de outros representantes do governo federal, parlamentares e prefeitos da região, abordou formas de se compatibilizar a vazão das águas com a regularidade do abastecimento elétrico e o desenvolvimento de atividades turísticas. Reitero que o momento é de convergência de esforços pela superação desse impasse, que, é importante frisar, envolve questões regulatórias e não depende apenas do governo federal.
Rede – O potencial turístico na região do Lago de Furnas pode ou não ser a principal alavanca propulsora para se garantir emprego/renda salvando nossa economia, não só regional, como de boa parte de Minas?
Marcelo – O Lago de Furnas, assim como os variados atrativos de Minas e de todo o Brasil, devem ter papel fundamental na retomada do desenvolvimento. No caso do lago, estamos falando de uma região composta por mais de 30 municípios com grande potencial para o ecoturismo, uma das nossas principais vocações. Propostas para o desenvolvimento da região já foram inclusive tema de audiências aqui em Brasília com representantes da Associação dos Municípios do Lago de Furnas. Municípios da região também já receberam seminários promovidos por equipes do Programa de Regionalização do Turismo, que expuseram ações do MTur voltadas ao desenvolvimento de destinos, como infraestrutura turística, o acesso a crédito e ferramentas para atração de investimentos, entre outras.
FM – Também nesta região existe um dos maiores, belos e mais procurados atrativos turísticos do país – a Serra da Canastra. Quais ações o Ministério do Turismo já têm para esta área antes da pandemia e, agora, como está sendo pensado para o pós pandemia?
Marcelo – A Serra da Canastra, além do seu famoso queijo que ajuda a divulgar a gastronomia brasileira mundo afora, abriga um dos mais importantes parques nacionais do país, unidades que vêm recebendo a devida atenção do atual governo no sentido de se se proporcionar o seu adequado aproveitamento. O Parque da Canastra, por exemplo, já integra a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso, uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente. Estas trilhas podem ser percorridas a pé, de bicicleta ou com outros meios não motorizados, modalidade muito procurada por visitantes, especialmente estrangeiros, e que tende a se desenvolver ainda mais no pós-pandemia, favorecendo a movimentação de turistas e a geração de emprego e renda. A Serra da Canastra, bem como vários outros pontos do Brasil, também será beneficiada com o incentivo ao turismo rodoviário, uma das nossas metas para favorecer a realização de roteiros integrados por visitantes no país.
FM – O Ministro conhece, pessoalmente o Lago de Furnas e a Serra da Canastra? É um mineiro que visita esta região? Se, sim, qual sua percepção pessoal?
Marcelo – Conheço um pouco do Lago de Furnas e da Serra da Canastra e quero voltar assim que possível. É, sem dúvidas, um dos mais belos cartões postais de Minas Gerais.
Rede – O presidente Bolsonaro afirmou que o turismo será a atividade que irá demorar mais tempo para voltar. Como o Ministro avalia essa situação?
Marcelo – Estamos cientes que o Turismo foi um dos primeiros a serem atingidos pela pandemia e será um dos últimos a se recuperar. Nossa missão, portanto, é, primeiramente, garantir a sobrevivência do setor. O Ministério do Turismo mantém permanente contato com representantes do trade turístico para detalhar as ações do Governo Federal e promover ações unificadas e imediatas em relação à pandemia de Coronavírus. A interlocução busca, ainda, ratificar os esforços da Pasta para mitigar o impacto em todos os segmentos, com soluções de apoio ao setor neste momento de adversidade, e a manutenção da geração de emprego e renda no Brasil.
Rede – O que o Ministério do Turismo está planejando para aquecer o setor pós fim da pandemia? De forma geral, para atrair turistas estrangeiros?
Marcelo – Nossa ideia é atrair os estrangeiros, mas, principalmente, estimular os brasileiros a conhecerem nosso País. Iniciamos nesta semana o chamado plano de retomada que é uma espécie de segunda etapa dentro do nosso planejamento. A primeira ação foi o lançamento de um selo de biossegurança, que estabelece protocolos de segurança sanitária e de boas práticas para cada um dos segmentos do setor. Com esta importante ação o Brasil passou a fazer parte de um seleto grupo de dez países que adotaram o selo, uma atitude recomendada por importantes órgãos de saúde. Além disso, iremos promover outras ações, como campanhas publicitárias. Na primeira etapa do trabalho que tinha como foco a manutenção de empregos, de empreendimentos abertos e a garantia de direitos dos trabalhadores e de consumidores, apresentamos medidas provisórias importantes. Um exemplo foi a maior liberação de recursos da história do Ministério do Turismo, com a destinação de R$ 5 bilhões para apoiar as empresas do setor neste momento de crise em razão da pandemia global de Coronavírus. O dinheiro atenderá os prestadores de serviços turísticos cadastrados no Cadastur (sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor de turismo) que conta, atualmente, com mais de 100 mil inscritos. As outras MPs também foram editadas para ajudar o setor trazem soluções para o turismo evitar demissões; garante que o prestador de serviços ou sociedade empresarial não seja obrigado a reembolsar valores pagos pelo consumidor imediatamente. Além disso, foi assinada a portaria para facilitar acesso a crédito e adiar pagamentos para empresas do setor. Por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur), os empreendedores contam com redução de juros, o adiamento de pagamentos e a possibilidade de aplicar 100% dos recursos no capital de giro. Também lançamos a campanha Não Cancele, Remarque! com o objetivo de conter os impactos imediatos da crise causada pelo Coronavírus, reestabelecer e incentivar as viagens ao país após o fim da pandemia. A ideia é incentivar que as pessoas remarquem suas viagens e não somente as cancele. A iniciativa já foi compartilhada por diversos estados que já adotaram campanhas similares.
Rede – O Ministério do Turismo apoiou o importante projeto turístico da Rota da Nhá Chica. (Rota da Estrada Real). Com toda essa questão da pandemia, como o Ministro avalia o futuro da nova rota de turismo?
Marcelo – Esta rota compreende um trecho da Estrada Real e constitui um importante ativo do turismo religioso, atraindo devotos da beata Nhá Chica e favorecendo o desenvolvimento de pequenos negócios, como hotéis, pousadas, bares e restaurantes. O MTur entende que roteiros do tipo, que ajudam a resgatar nossas tradições históricas, podem ter um importante papel na retomada do turismo no pós-pandemia, quando viagens domésticas devem ter a preferência dos brasileiros. Diante deste cenário, já estamos preparando uma grande campanha de valorização do nosso potencial, estimulando o brasileiro a visitar os variados atrativos nacionais e, desta forma, contribuir com o aumento do fluxo de visitantes no país e a consequente geração de emprego e renda por meio do turismo.