Foto acima: crédito: Clóvis Cunha
Chegou até nós através do amigo de longa jornada Reginaldo Fraga o popular “Piolho”, esse belíssimo poema sobre a cidade de Perdizes – MG, da qual temos orgulho de sermos cidadãos honorários outorgados pela Câmara Municipal de lá quando alí fundamos o JORNALL REGIONALL de Perdizes circulando até hoje. Agora com nosso jornal EXEMPPLAR on line, distante da cidade há um bom tempo, mas sempre com o coração nas pessoas com as quais alí convivemos e fomos sempre muito bem recebidos é com imensa alegria que publicamos esse lindo trabalho.
SAUDADE DE PERDIZES
Perdizes terra querida
Paraíso onde nasci
Mesmo morando distante
Nunca me esqueço de ti.
Que saudades eu sinto
De tudo bom que ali fiz,
Neste lugarzinho sagrado
Ah, como eu era feliz.
Me lembro de tantas coisas
Coisas até simples demais
Mas que foram importantes
E que não voltam jamais
A Escola Lúcio do Santos,
Os meus amiguinhos de lá.
Da Primeira professora
Oh, que saudade me dá.
Eu me lembro do recreio,
Do Sr. Adolfo e o sino,
Chegou a hora da sopa,
Entra na fila menino.
No nosso saudoso colégio,
Olimpíada Verde e o Branco,
Tinha o Tonico, o Helvécio
E Dona Aparecida Franco.
A todos meus mestres
Minha eterna gratidão,
Professor Nelson, Dona Vanda,
A Madalena e o Tonhão.
São tantas as memórias
Nem consigo descrever,
Ahh que maravilha seria
Se eu pudesse reviver.
Do nosso time Alvorada,
Do Galo, Piolho e Gaioso,
Era sempre campeão,
Deixava a gente orgulhoso.
Nosso time era o melhor
A camisa, a mais bonita
Tinha o Bazoca, o Pelé,
O Zé Raimundo e o Chita.
Saudade do Alvoradinha
Dois treinos por semana,
Domingo a gente jogava
Até em Santa Juliana
A Igreja, a bela Praça,
E o nosso Clube Social,
Os bailes e os flertes,
Ah, não tinha nada igual.
Os bailes de formatura
Que no Clube não tem mais,
Eram os mais animados
Não esquecemos jamais.
Tinha o Bar do Zé Firmino
A Pensão do Amarando
E ao lado da Prefeitura,
A “Gurita” do Armando
Descendo mais um pouquinho
Tinha o posto do Nonô,
A loja do Antônio Cunha
E a casa do meu avô.
A Loja do Aristonides
Que era “Loja da Jovina”
E também meu tio Padeiro
Que morava ali na esquina.
O caminhão do Tatu,
O padre com o antigo Jipe,
E a furreca do Leôncio
Com a buzina “bipe-bipe”.
Para fazer os documentos
Precisava de um retrato,
O fotógrafo Sr. Arimondes,
Quem fazia os três por quatro.
Se o rádio com problema
Não pegava nem com reza,
Bastava levar o aparelho
Para a oficina do Zeza.
Se o carro tinha defeito
Ou encrenca no motor,
Levava no Zé Garibaldi
Ou na oficina do Anor.
Nem todos tinham carro
Para ir ao seu destino,
E o Uber daquela época
Era o Taxi no Onezino.
E se por algum motivo
Começasse uma dor de dente,
O recurso era o Sr. Alcebíades,
Que não tinha dó da gente.
A Farmácia do Gilberto
Estava sempre de plantão,
E ele aplicava a domicílio
Sua dolorida injeção.
Lembro do Cabo Francisco
Todo mundo tinha medo,
Bastava ele dar uma olhada
A gente ia embora mais cedo.
Lá na rua “principal”
Ainda é nítido para mim,
O buteco do Seu Zico
E o bar do João “Vigarim”.
O picolé do Armando
Com prêmio no “palitim”,
O Barbeiro “Seu” Irineu
E a loja do “Ditim”.
E antes que eu esqueça,
(Me falhou o raciocínio)
Acabei de me lembrar
Dos sapatos do Hermínio.
Tinha a loja do Gerson,
O buteco do Ozorão,
Na esquina, o bar do Juca
E o açougue do Mamão.
Seguindo na mesma rua,
Saída para Patrocínio,
Bem de frente para a praça,
Tinha o Armazém do Vino.
Lá na Praça “de cima”
Onde a gente brincava
Tinha também espetáculo
Quando o circo chegava
Tinha o Padre Calimério,
Festa de N. Sra. da Conceição,
E logo depois da novena,
O Sr. Oliveira e o Leilão.
Vale a pena aqui recordar
Antes que eu me esqueça:
Lembro das primeiras festas
De Nossa Sra. da Cabeça.
Quanta coisa eu poderia
Descrever neste momento
Pessoas, lugares e fatos
Que não saem do pensamento
Vamos roubar Jabuticaba
No quintal do Zé Pereira
Ou vamos todos nadar
No poço do Antônio Ferreira?
Vamos brincar de biloca
Sem briga e sem paranóia,
Ou vamos na praça roubar
Um doce do Zé Sossóia?
Que tempo bom, que saudade
Dos amigos e das proezas,
Quanta farra, que alegria,
Sem tempo para as tristezas
Tinha os moradores incríveis
Que guardo no meu coração:
Zé Sabiá, o “Genéis” e “Diéca”,
O Didi, o Batata e o João.
São milhares de lembranças
Impossíveis de descrever
Alguém vai lembrar de muitas
Essa é a intensão: Reviver.
Poderia escrever com certeza
Mil coisas sobre essa cidade
Mesmo assim não mataria
Metade da minha saudade
Desculpem os simples versos
Meus erros e meus deslizes
Neles só quero expressar
Minha saudade de Perdizes.
Para encerrar peço a Deus
Que nessa cidade amada
No final da minha vida
Seja minha eterna morada.
Para quem não me conhece,
E nem nunca ouviu falar,
O meu apelido é Dico,
Ou Pedrinho do Mozart.
(Pedro Romero)
Este poema é fantástico! Pedrinho nos fez reviver momentos marcantes na nossa terra natal, da qual tenho orgulho de pertencer! Domingos, parabéns pela iniciativa de deixar gravado no Jornal Exempplar estas lindas estrofes que a cada verso nos enche de saudade, mas nos dá a certeza de que nascemos no melhor cantinho desse mundo: Perdizes! Obrigada!
Parabéns, Pedrinho! Parabéns, Domingos!
Parabens Domingos pela divulgação este belíssimo poema feito por uma pessoa que tem raízes também Perdizense meu amigo Pedrinho conhecido por Dico, aqui nasceu cresceu e hoje divulga está cidade abençoada por Deus!! Um abraço fraterno prá vocês!!!
Muito obrigado a todos pelo carinho e pela divulgação dessa singela homenagem. Abraço em cada um dos meus conterrâneos.
Parabéns primo querido!
Vc está sempre em meu coração,
Colega de escola e fiel amigo…
Lembro sempre de vc, com eterna gratidão ❤️
Parabéns Dico, e uma cidade Maravilhosa mesmo, nossas raízes estão ali.
Te amo.
Pedrinho, meu Primo querido, que maravilha!
Vivi cada linha do seu poema, lembrei do rosto de cada pessoa aqui citada. Parabéns! Você é demais…