Segunda Feira, dia 28 de maio, das 9h às 10h da manha, no Teatro Municipal de Araxá acontecerá o lançamento da segunda edição do livro LIPOREMA MEROPIL A FLORESTA DE ALFABETO E O SUMIÇO DAS VOGAIS.
Esta obra é escrita por Domingos Antunes Guimarães e ilustrada pelo também araxaense, Wagner Matias de Andrade. Dommingos é natural de Araxá, jornalista atuante há 50 anos na área de comunicação como radialista, publicitário e programador visual.
O evento contará com contação de história, distribuição gratuita dos livros, participação do Centro Educativo Louis Braille, e terá a presença do autor e do ilustrador, os quais estarão autografando os livros. A participação é totalmente gratuita e as crianças deverão estar acompanhadas dos pais ou responsáveis, ou professores e direção das escolas durante as atividades.
Esta segunda edição do livro infantil LIPOREMA MEROPIL A FLORESTA DE ALFABETO E O SUMIÇO DAS VOGAIS acontece por meio da Lei de Incentivo a Cultura, com patrocínio da empresa CBMM e apoios culturais do Colégio Dom Bosco, Fundação Cultural Calmon Barreto e Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Araxá; é uma realização do Ministério da Cultura Governo Federal.
No site do livro, é possível ouvir a audiodescrição da obra, gerando assim maior acessibilidade para deficientes visuais: www.liporemameropil.com.br
Sinopse do livro:
A Floresta de Alfabeto e o Sumiço das Vogais traz como narrador-personagem Liporema Meropil, que logo no início, carrega em seu nome uma curiosidade: um jogo linguístico denominado palíndromo cuja leitura pode ser feita da direita para esquerda e vice-versa, não alterando o seu significado. No entanto, o que mais chama atenção na obra, supostamente infantil, é a capacidade criativa do autor em contar uma história ora sem o A, ora sem o E… ora sem nenhuma vogal! Parece-me que o livro nos coloca em um turbilhão de valores considerados intocáveis em algum momento e banais em outros. Esse jogo de vaivém com o leitor é surpreendente porque revira preconceitos linguísticos muito arraigados em nossa língua.
Ao melhor espírito modernista, o livro inova a cada momento, a cada desespero de Liporema Meropil em querer um mundo ordenado em que vogais e consoantes se respeitem mutuamente – metáfora do comportamento social e desencontrado em que vive a humanidade? Quem sabe. A todo instante, o personagem se esforça para suprir a carência de algo – metáfora de nossos desejos e ansiedade? Quem sabe! No entanto, ele não percebe que o modo como vê o mundo já os torna (ele e o mundo) completos. Liporema é sensível, se preocupa com a unidade, com o conjunto, com o não incluído, com o sistema. Isso faz dele um herói. No entanto, ainda deseja mais: o funcionamento do cosmos em pleno equilíbrio. Isso faz dele um cego. Cego porque não compreende a beleza que cria na falta; a música que entoa no contratempo; a exuberante colheita que, na seca, enche sua choça. Liporema é simples como muitas famílias brasileiras que sorriem diante da perda…Mas ele consegue. Consegue reunir suas vogais e seu desespero se amaina. Ele mesmo afirma: “Até que enfim, pensei eu.
Finalmente deu tudo certo. Não preciso mais passar consertando o alfabeto”. Ele pode então brincar, sorrir, ser claro e direto. É como um paciente que sorri achando-se curado, mais seu quadro se agrava e se vê mais só, envolvido por um turbilhão de problemas. Esse mesmo turbilhão projeta o personagem para o universo na linguagem minimalista da atualidade. A forma de expressão proposta por Twitter e mensagens via Smartphones é redutora do processo artístico tão valorizado por nosso personagem-narrador e por nosso autor.
Comunicar, como fazem os jovens da pós-modernidade, não é o mesmo que sentir. Clicar em um like, não é o mesmo que, pessoalmente, dizer que ama. Enxugar a lágrima de alguém, escrever uma carta, manifestar-se afetivamente sedente por pulsão vital não é o mesmo que enviar um emoticon. Isso diz tudo de Liporema Meropil – um ser mais que de palavras, um ser de sentimentos vivos que deseja o outro em respeito a si e a ele. Um ser que de repente, como afirmou Guimarães Rosa, descobre que amar é reconhecer-se incompleto.
O livro vem cativando as pessoas por onde passa.
Sobre sua primeira edição lançada no Colégio Dom Bosco de Araxá, a diretora pedagógica do ensino fundamental e infantil, daquela Intituição, Patrícia Teodoro Marques Paiva, assim se expressou:
O livro LiporemaMeropil A floresta de alfabeto e o sumiço das vogais, deslumbrou nossos pequenos leitores.
A leitura do nome do personagem que é um palíndromo, podendo ser lido da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, encantou os alunos.
Se envolveram na leitura de tal forma que queriam, logo, terminá-la para encontrarem as vogais.
Um momento valioso foi a escrita de textos com o sumiço das vogais. Desafio que contribuiu para se colocarem no lugar do autor da obra. Diziam: “Como assim, tia? Como ele conseguiu escrever tanto sem as vogais?”
Outro ponto de destaque sobre o texto, foi a reflexão que realizaram a respeito do uso da escrita abreviada nas redes sociais e gírias, consequentemente, uma escrita que tem trazido impacto nas produções escolares pela redução de exposição de ideias.
O trabalho realizado, a partir da leitura de LiporemaMeropil, muito contribuiu para o aprendizado de nossos alunos