Ela tem o nome científico de Ninia hudsoni
Um exemplar da serpente rara de nome científico Ninia hudsoni foi descoberto naEstação Ecológica Rio Acre, unidade de conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Esse foi o primeiro indivíduo registrado no estado do Acre e o sétimo no Brasil. Outros 19 exemplares já foram encontrados em territórios da Amazônia peruana, equatoriana e colombiana.
A descoberta é resultado da pesquisa intitulada “Inventário da Herpetofauna – Anfíbios e Répteis – da Estação Ecológica Rio Acre”, que envolveu seis investigadores, entre analistas ambientais do ICMBio e pesquisadores de universidades parcerias. Com formação em geografia e zoologia, o analista ambiental Marco Antônio Freitas foi um dos integrantes da equipe. “Fizemos duas expedições, uma em abril de 2015 e outra em fevereiro de 2016, totalizando 37 dias em campo”, lembra.
Após o término da segunda expedição, os pesquisadores se voltaram para a análise e compilação dos dados coletados. A descoberta da serpente Ninia hudsoni foi transformada em artigo científico, publicado no final do ano de 2016. “Tendo como base as informações georreferenciadas resultantes da pesquisa, o artigo traz um mapa com a distribuição potencial da espécie, isto é, os locais onde há mais possibilidade de encontrá-la”, explica Freitas.
Ainda de acordo com o pesquisador, a rara serpente negra de cabeça branca é um animal noturno e terrestre, vivendo entre as folhas secas que caem no chão da floresta. “A Ninia hudsoni não é venenosa. Ela se alimenta de pequenos animais e atinge um comprimento de 40 a 50 cm quando adulta”.
Pesquisa científica e educação ambiental
Para Marco Antônio, a pesquisa científica precisa ser cada vez mais valorizada e incentivada. Segundo ele, o conhecimento da biodiversidade nas UCs da Amazônia é fundamental para compreensão básica da biota local, além de ser útil na elaboração dos planos de manejo (documentos técnicos que orientam a gestão das áreas protegidas).
O próximo passo será a publicação de um livro que abarque as informações coletadas na pesquisa. “O plano da equipe gestora da unidade é publicar um livro sobre a fauna da Estação Ecológica Rio Acre. A linguagem será bastante acessível, voltada para o público leigo, com o objetivo de fomentar a educação ambiental”, destaca Freitas.
Fonte: http://www.ecycle.com.br