Família de vírus tem causado doenças respiratórias e conjuntivite em crianças
Adenovírus tem levado muitas crianças às unidade de saúde | Crédito: Freepik
O período de chuva chegou e com ele o aumento da presença do adenovírus, que tem levado muitas crianças às unidades de saúde. Doenças respiratórias, conjuntivite, obstrução nasal, tosse e coriza são os sintomas decorrentes do problema causado pela família de vírus, que comporta cerca de 60 subtipos do vírus.
É o que explica o pediatra do Hapvida NotreDame Intermédica, Maiton Fredson Lopes. Segundo o especialista, de classificação de A a G, o adenovírus pode causar doenças em diversos órgãos. “Em sua maioria, essa família de vírus provoca doenças do trato respiratório. Resfriado comum, conjuntivite, bronquite, laringite e até mesmo pneumonias. Mas também é muito comum ter casos de diarreias e até hepatite. Nós temos ultimamente uma infecção causada pelo adenovírus 41, que é uma hepatite fulminante, que tem acontecido ao redor de todo o mundo e acendeu o alerta da Organização Mundial de Saúde – OMS”, informa.
Todavia, o que tem levado muitas crianças às unidades de saúde, neste período de primavera, é o adenovírus sazonal. “Nesta época do ano, nós temos tido uma incidência grande desse vírus. Ele causa doenças respiratórias e evolui com uma conjuntivite muito forte. É o que temos visto na emergência: crianças com febre, coriza, obstrução nasal associado a essa conjuntivite”, relata Maiton Fredson.
O médico esclarece que, “crianças até seis anos de idade não têm uma memória imunológica formada e cada vez que adoecem é por um vírus diferente. À medida que crescem, formam uma memória imunológica. Por isso, a incidência é maior nessa faixa etária, principalmente quando se tem contato com outras crianças, em escolas e creches”.
O adenovírus causa febre prolongada, o que tem sido motivo de muita preocupação dos pais. “Os vírus podem causar sintomas por até 14 dias e diarreias por até 10 dias. A febre, que normalmente num resfriado comum passa em torno de 3 dias, com o adenovírus pode prolongar até o quinto ou sétimo dia de doença”, explica o médico.
O tratamento, de acordo com o pediatra, é sintomático. “Isso significa que vamos utilizar medicações para cada sintoma. A criança com coriza e febre, então vamos tratar com lavagem nasal, medicação para febre, por exemplo”.
A transmissão do adenovírus se dá através de gotículas de saliva. “Então, é importante evitar que a criança vá para a escola, pois ela transmite o vírus até sete dias após o término dos sintomas. Além disso, é necessário fazer a higienização correta das mãos, usar álcool em gel nas mãos e superfícies onde o paciente se encontra. Em caso de adenoviroses, que tomam o intestino e causam diarreia, deve-se ter adequada higiene com as mãos para tocar alimentos, pois esses podem ser contaminados, promovendo assim a transmissão fecal-oral”.
“Para quem não está doente, é importante a utilização de máscara, lavagem adequada das mãos e alimentos e usar álcool em gel”, complementa o médico.
O especialista alerta em relação às complicações. “Como o adenovírus influencia a parte do sistema respiratório, provocando inflamações, eventualmente pode ocorrer uma pneumonia bacteriana, uma otite média ou uma sinusite. Nesse caso, o paciente deverá ser tratado com antibiótico”.
O adenovírus é grave em pessoas imunodeprimidas: portadores de HIV e pacientes em tratamento de câncer podem apresentar a doença de forma mais intensa.
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Érica Magalhães
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