Há quatro causas possíveis da escoliose, dentre elas: a idiopática, a congênita, a neuromuscular e a sindrômica | Crédito: Freepik
O mês de junho chega com a cor verde em destaque para fazer um alerta sobre a escoliose. A campanha Junho Verde vem reforçar a importância da prevenção e o tratamento precoce para a doença que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge mais de 50 milhões de crianças em todo o mundo e, no Brasil, acomete de 2% a 4% da população, ou seja, 6 milhões de pessoas, com dominância no público feminino. “Estima-se que as meninas têm seis vezes mais a predominância da patologia em relação aos meninos”, afirma o ortopedista e especialista em coluna vertebral do Hapvida NotreDame Intermédica, Plínio Linhares.
A escoliose é definida como alteração no alinhamento da coluna. “Muita gente pensa que essa alteração é apenas no plano lateral, um desvio. Porém, sabe-se que a escoliose é definida como alteração tridimensional que vai acometer o plano frontal, lateral e rotacional”, explica.
Segundo o especialista, quando a alteração da coluna passa dos 10º, já se pode tratar como escoliose.
Mito do peso nas costas
Muitas pessoas acreditam que a escoliose surge porque a criança carrega mochila pesada nas costas ou dorme em algum colchão inadequado. Todavia, isso é um mito. Segundo Plínio Linhares, há quatro causas possíveis da escoliose, dentre elas: a idiopática, a congênita, a neuromuscular e a sindrômica.
“Dessas quatro, a principal é a escoliose idiopática. Ela corresponde a cerca de 80% dos casos”, informa o médico do Hapvida NotreDame Intermédica.
O nome idiopático, na medicina, significa que não se tem uma origem única, ou seja, não se sabe uma causa específica. “A gente sabe que tem alguns fatores relacionados: genético, fator ambiental, fatores hormonais, dentre outros. Porém, a escoliose tem uma causa multifatorial”, esclarece
Prevenção e diagnóstico precoce
O médico alerta que os pais devem ficar atentos à postura dos filhos para detectar precocemente a doença. “Existem alguns sinais clínicos que os pais ou tutores das crianças podem observar em casa e, inclusive, são observados no consultório para avaliar se o paciente tem ou não escoliose”, diz.
O médico explica que, primeiro, deve-se olhar a criança de costas e tentar perceber se a cabeça está ou não alinhada com o resto do tronco. Em seguida, observar se ela tem uma simetria entre os ombros ou se um é mais alto que o outro, para então reparar se a escápula (pá) é um pouco assimétrica. O próximo passo é notar se há alguma assimetria, seja no tronco e na silhueta, com um lado mais aberto que o outro, ou no quadril.
“Existe um outro teste, por meio do qual você pede à criança para fazer uma flexão do tronco, abaixando para frente, e pede para ela sustentar na posição. Fique atrás da criança e observe se a coluna está performando de forma uniforme, contínua. Se notar, porém, algum tipo de gibosidade lateral, isso significa que essa criança pode ter uma escoliose”, ensina o ortopedista.
Sobre o tratamento, o médico explica que depende prioritariamente de dois fatores: a idade da criança com a maturidade óssea e o grau da escoliose, ou seja, o tamanho e a magnitude da escoliose. “A partir daí vamos dividir o tratamento em conservador, por meio do qual apenas acompanhamos a criança com consultas regulares e raios X seriados, podendo haver necessidade de usar o colete (órtese), ou cirúrgico, que é indicado quando passa de 50º de magnitude”, finaliza o médico.
Mais informações
Érica Magalhães
Assessora de Imprensa
(34) 99199-9944