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Em 2022, os bares e restaurantes sofreram devido à inflação alta, aumento dos juros, eleições e Copa do Mundo, mas no último trimestre, o setor vive uma forte recuperação com o aumento do movimento e a inflação mais estável, o que permite uma retomada gradual das margens de lucro.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, para o Réveillon, o setor espera um crescimento de 20% a 30% no faturamento em relação a um final de semana comum.
“Os estabelecimentos que estão em destinos turísticos ou que promovem eventos, podem chegar até a lotação total. Em cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, os hotéis estão praticamente lotados e o cenário é muito positivo”, ressaltou Paulo.
Quanto às cidades como São Paulo, onde tradicionalmente o faturamento é um pouco menor por conta do deslocamento das pessoas para o litoral, há uma expectativa de melhora em relação ao mesmo período em 2021, época em que houve restrições impostas para conter o avanço da Ômicron. A perspectiva de fortes chuvas durante a virada do ano podem afetar o faturamento do setor e frustrar estabelecimentos que esperam grande movimento no Réveillon.
“Fechamos 2021 e começamos 2022 com um cenário bastante negativo, mas agora estamos terminando bem o ano. Acredito que isso vai resultar em um bom começo de 2023, até porque teremos a continuação e até a ampliação de programas sociais, com o aumento do poder de consumo da população”, concluiu o presidente da Abrasel.
Sul de Minas
Os proprietários de bares e restaurantes estão otimistas com o Réveillon. De acordo com o presidente da Abrasel Sul de Minas, André Yuki, no final do ano, a deslocação de turistas aumenta em todo o Brasil, não sendo diferente no Sul de Minas. “Destinos como Monte Verde/Camanducaia, Caxambu, São Lourenço, Capitólio, Poços de Caldas, São Thomé das Letras e Gonçalves são os mais procurados”, explicou.
Ainda de acordo com André, na virada de 2020 para 2021 e de 2021 para 2022, o seguimento sofria com os protocolos sanitários contra a pandemia. “Perdemos muito nesses Réveillons, mas acreditamos que este seja melhor, mesmo com perspectivas de chuvas fortes na região. O otimismo é que a virada seja superior as duas últimas”, ressaltou.
O presidente do Sindicato Empresarial de Hotéis de Pouso Alegre (Sindipa), Marco Antônio Dias, afirmou que quando o comércio e indústria param no fim de ano, há uma caída muito grande nos hotéis de amplo coletivo em relação aos outros meses. “Após a pandemia melhoraram as condições de hospedagens nos hotéis, mas agora no fim do ano deu uma caída”, afirmou.
Ainda segundo Marco, a expectativa para o próximo ano é que aumente novamente assim como esse ano após a pandemia. “Em 2021 tivemos uma taxa de ocupação de 65% a 75% em Pouso Alegre, e esperamos que para 2023 aumente mais que isso. Estamos trabalhando junto à prefeitura nos eventos turísticos”, disse.
Para o membro do conselho da Abrasel na região e proprietário do Agostini Restaurante e Pizzaria de Caxambu (MG), Fernando Lopes, a expectativa é realmente muito boa para os bares e restaurantes que farão a ceia de Réveillon, festas e eventos. “Após tanto tempo sem poder festejar, agora sem restrições, o pessoal está seguro para sair de casa e comemorar. As casas vão encher no Sul de Minas”, comemorou.
Segundo Augusto Souza, proprietário do Cucina da Villa em Monte Verde (MG), esse será o primeiro ano em que o setor passará as festas de fim de ano sem restrições e período de pandemia, com todos os destinos turísticos abertos.
“Acreditamos que vamos gerar o mesmo resultado do ano passado, tendo em vista que outubro e novembro foram meses muito difíceis, onde tivemos uma queda bem grande no movimento dos turistas por conta desse cenário político e com a insegurança das pessoas em fazerem investimentos em viagens e turismo. Na virada do ano vamos conseguir retomar o movimento anterior”, acredita Augusto.
Para Ricardo Alexandre, da Pizzaria O Forno em Varginha (MG), a esperança é a única que morre. “Após passarmos os últimos anos com tantas tormentas, esperamos que nos deem paz para trabalhar e empreender de maneira saudável no sentido de desenvolver nosso setor e gerar mais renda e empregos. Que o governo viabilize esse progresso”, ressaltou.
A vice-presidente da Abrasel Sul de Minas e proprietária da A Pizza Na Roça e Sbbangiare Pizzaria de Poços de Caldas (MG), Gina Carneiro, informou que a julgar pelos últimos meses, especialmente em dezembro onde o setor trabalhou com capacidade máxima todo mês, 20% acima de novembro de 2022 e 40% acima de dezembro de 2021, a expectativa é poder entrar em 2023 com grande movimento, pelo menos 30% acima de janeiro de 2022.
“Porém, a médio e longo prazo, a insegurança econômica aguardada pela nova administração federal, gera em nós empresários, certo pessimismo. A expectativa do fortalecimento do sindicalismo, aumentos de impostos, legislações fiscais e trabalhistas prejudiciais ao empresário, nos levam a imaginar um cenário de recessão”, concluiu Gina.
Fonte: Ana Luísa Alves / Assessora de Imprensa da Abrasel Sul de Minas.
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