Flávio Roscoe
Comemoramos este mês o Dia da Indústria 2019 em Minas Gerais – e o fazemos com a convicção de que avançamos significativamente neste último ano, desde que, em maio de 2018, assumimos a missão de gerir o Sistema Fiemg. Não significa, por óbvio, que a economia e a indústria mineira e brasileira estejam voando em céu de brigadeiro – muito pelo contrário. Significa, sim, com certeza, que a indústria mineira, por suas empresas e empresários, está pronta para enfrentar e superar a crise que continua sendo a mais grave de nossa história.
Conforta-nos, neste momento, constatar que a Gestão Pró-indústria inspira-se em um modelo participativo, que une as dez Regionais Fiemg, nossos 136 sindicatos filiados e milhares de empresas a eles associadas, em todos os segmentos industriais, em todas as regiões do estado. De fato, o compartilhamento de ideias, de objetivos e metas nos conduz a uma gestão efetivamente solidária, comprometida com os reais interesses da indústria e das nossas Minas Gerais. O associativismo empresarial está mais forte em Minas.
Com este trabalho, alcançamos a necessária sustentabilidade financeira do Sistema Fiemg e adequamos sua operação à realidade do momento e, cem por cento, às necessidades, demandas e aspirações da indústria mineira. Reduzimos despesas, aumentamos as receitas, readequamos projetos, produtos e serviços – mantendo e aprimorando a qualidade das nossas entregas. Os resultados já apareceram. Saímos de um resultado operacional deficitário, no período de junho de 2017 a abril de 2018, de R$ 14,9 milhões, para atingirmos superávit (de junho de 2018 a abril de 2019) de R$ 164,1 milhões. Com firme postura diante das contas do Sistema Fiemg, reduzimos a dívida em 46% na Federação, em 52% no Senai-MG, e aumentamos o caixa do Sesi em R$ 58,5 milhões e o do IEL em R$ 1,8 milhão. Tudo isso nos 11 meses já apurados da Gestão Pró-Indústria – de junho/18 a abril/19.
Com muito orgulho, somos referência no país em comparação com unidades de outros estados. No ensino profissionalizante, o Senai de Minas Gerais trabalha com o melhor custo por aluno em comparação com unidades de outras regiões do país. O número de estudantes matriculados cresceu de 99.462, em 2017, para 103.260, em 2018. Para cada matrícula na Rede Federal de escolas profissionalizantes, o Senai consegue oferecer 2,6 matrículas, mesmo considerando que no Senai estão incluídos custos previdenciários que não existem na área federal.
O Sesi é exemplo e modelo pela qualidade do ensino que oferece à sociedade mineira, comprovada em exames como o Enem, Ideb, Pisa, em olimpíadas do conhecimento e em concursos de robótica. Os resultados comprovam a excelência. Das 80 escolas com melhor desempenho no Ideb, 40% são do Sesi – e 14 delas ficaram em 1º lugar no município onde estão instaladas. Todas, sem exceção, estão entre os 10% melhores do país no Enem. Assim como no Senai, aumentamos o número de estudantes matriculados também no Sesi. De 2018 para 2019, o crescimento foi de 9%. Ao todo, são 52.720 alunos em ações educativas, entre Educação Básica, cursos de esporte e cultura.
São números que comprovam que a Gestão Pró-Indústria confere elevada prioridade à educação e, unida e coesa, está preparada para efetivamente defender os interesses legítimos da indústria mineira. Os exemplos são muitos e podem ser expressos em iniciativas que traduzem a disposição do Sistema Fiemg em buscar sempre soluções que fortaleçam a indústria mineira e contribuam para diversificá-la e modernizá-la.
O principal pilar de sustentação deste trabalho é o Programa de Defesa de Interesses da Indústria, que estamos implementando com o apoio dos nossos sindicatos associados das empresas a eles associadas e do nosso Conselho Estratégico. O objetivo é tratar de questões fundamentais para a competitividade da indústria, cujos exemplos mais emblemáticos, neste momento, são as grandes reformas estruturais – Previdência Social e Tributária. A defesa dos legítimos interesses da indústria inclui também ações desenvolvidas durante a greve dos caminhoneiros, em maio/junho do ano passado, e medidas judiciais destinadas questionar exigências absurdas e desnecessárias do chamado Bloco K.
É exatamente na linha da defesa dos interesses da indústria que se insere o Plano de Investimento – Pacto por Minas, que lançamos recentemente com o decisivo apoio do governador Romeu Zema e dos parlamentares mineiros na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Nosso “pacto” visa mobilizar o estado por meio de suas lideranças empresariais e políticas – e é uma proposta suprapartidária, cujo único compromisso é com os interesses de Minas e dos mineiros. O Plano de Investimentos – Pacto por Minas nasce exatamente para nortear ações que as lideranças mineiras vão realizar a partir de agora visando devolver ao estado a sua capacidade de crescer de forma sustentada e duradoura.
Além de contribuir para resolver os problemas da economia de Minas Gerais, este “pacto” pode ser visto como um exemplo para o Brasil, que também clama por um entendimento nacional que mobilize nossos governantes para que se unam para efetivamente enfrentar e superar a crise gravíssima e conduzir a nação ao lugar que a sociedade deseja e exige. É hora de subordinar interesses de pessoas e grupos aos reais interesses do país.
FLÁVIO ROSCOE é presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg).