EmpregueAfro Planeja Atender 50% das Maiores Empresas do Brasil
O Brasil melhorou seu desempenho em termos de inclusão social e econômica ao longo dos últimos dez anos. Porém, o desafio ainda é enorme. Segundo o Instituto Ethos, caso o ritmo se mantenha, a igualdade racial no ambiente de trabalho será alcançada em 150 anos e a de gênero em 80 anos. Na tentativa de encurtar essa missão, existem iniciativas como a consultoria de recursos humanos EmpregueAfro, que, desde 2005, foca em atender a demanda reativa de mercado de incluir a diversidade étnico-racial. Em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News, Patrícia Santos, CEO da EmpregueAfro, sustenta que parte da equidade projetada pelo Instituto será observada entre 20 anos e 40 anos com os trabalhos feitos na consultoria: “Este é um norte, mas para isso vamos ter que dobrar o time, o número de vagas e, em curto prazo, atender 50% das 500 maiores empresas do país”.
O Processo de Inclusão
A EmpregueAfro recoloca, em média, cerca de 100 pessoas negras por ano no mercado de trabalho e, das vagas oferecidas pelos clientes, a taxa de contratação de profissionais negros que passam pela consultoria é de 90%. O processo possui quatro frentes: treinamento, recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas. Segundo a empresa, há conversas com especialistas, psicólogos e a identificação de marcadores sociais que levam em conta o impacto da interseccionalidade. Em paralelo, são oferecidos programas de treinamento e conscientização de pessoas brancas que integram as empresas, como o projeto Goma, desenvolvido em parceria com o Facebook, para fornecer esse suporte por meio da plataforma. “Após a recolocação, acompanhamos e fazemos o acolhimento por um ano, porque envolve outros aspectos da negritude”.
Por um Mercado Igualitário
Em 2021, houve um salto no número de profissionais negros recolocados no mercado, com 230, e, desde 2020, a empresa cresceu 200%. “As multinacionais começaram a entender a importância da diversidade e muito, também, por uma pressão da sociedade”, explica. Segundo a fundadora da consultoria, as empresas estão cientes que os indicadores de diversidade impactam em práticas ESG e que até estão ligados ao capital aberto, a permanência ou não na Bolsa de Valores. “A nova economia traz a valorização das pessoas e a mudança do modelo mental para trabalho, todos esses aspectos contribuem para a diversidade. Será um movimento natural, vão ter mais negros ocupando cargos de liderança, estes vão puxar outros e, no momento em que existir a equidade, talvez já não seja necessário esse formato que temos hoje”, projeta Patrícia. (fonte Giro News)