Nesse distante dia em que eu nasci
Havia açucenas a florir
Nos canteiros à beira do relvado!
A branca madrugada era velada
Pela densa cortina do cacimbo
E as acácias rubras balouçando
Batiam docemente na vidraça!
Por entre dores eu cheguei chorando
Trazendo os sonhos numa mão fechada,
Floriram açucenas à chegada
E eu tão pequena; tão frágil e sem graça!
Passou o tempo! Passaram tantos anos,
Ou será que foram uns dias apenas?
Cerro os meus olhos já cegos de emoção,
Os sonhos guardo-os eu no coração,
Mas continuo a amar as açucenas!
Maria Alice Bártolo
Do livro”ANTES QUE O SOL SE ESCONDA”, Pág.21( Edição. julho de 2021)