Aos 75 anos, o músico abre o baú de memórias que incluem o sucesso na Jovem Guarda e o encontro com Silvinha, parceira na música e no amor. No livro Pelos caminhos do rock: memórias do Bom (Editora Record), Eduardo Araújo faz uma brincadeira com sua canção de maior sucesso. ”Meu querido amigo Roberto Carlos pode ser o Cara, mas eu, Eduardo Araújo, sou o Bom”. Eduardo mostra os bastidores de sua carreira de astro, a relação com Tim Maia, Roberto e Erasmo Carlos e a amizade com Carlos Imperial, divulgador da música jovem na década de 1960.
O primeiro capítulo conta o nascimento do artista numa fazenda em Joaíma, no Vale do Jequitinhonha. Na sequência, ele mostra o interesse pelo rock in roll e como iniciou a carreira em Belo Horizonte, transformando-se no ”rei do rock em Minas”. Quando se mudou para o Rio de Janeiro, em 1958, o título foi fundamental para conseguir abrir para ele as portas da Rádio Mayrink Veiga.
Um capítulo importante é dedicado à amizade com Tim Maia. O Síndico foi referência para que Eduardo conhecesse a soul music, inclusive gravando, sob a direção de Tim Maia, um álbum dedicado ao gênero.
Eduardo Araújo foi um dos percursores do rock no Brasil e, ao mesmo tempo, se dispôs a expandir fronteiras. No álbum A onda é o Boogaloo (1969), faz uma incursão pela soul music. Em Kizumbau(1972), flerta com a cultura negra e matrizes africanas. Tempos depois, aproximou-se do universo da música sertaneja, gravando em 1988 o álbum Um homem chamado Cavalo. ”Misturei Tropicália e MPB com música negra numa época em que os músicos brasileiros ainda se dividiam em segmentos estanques”, lembra ele.
PELOS CAMINHOS DO ROCK
Neste sábado (03/06), às 21h30, o cantor e compositor faz show no Granfinos (Av. Brasil, 326, Santa Efigênia). Informações: (31) 3241-1482 e www.sympla.com.br