Ciente da missa de sétimo dia de José Pedro de Andrade, sou pêgo de surpresa absoluta já que nem havia ficado sabendo de seu falecimento. E com a surpresa, começo a projetar um filme de toda minha trajetória e meu envolvimento com Jose Pedro pessoa com quem convivi quase que a minha vida toda de uma forma leve agradável mas imensamente amiga e relevante.
Aliás, para mim, José Pedro sempre foi o “Zé” da Olga, forma afetiva como antigamente costumava –se associar as pessoas aos seus cônjuges ou aos pais o que tornava mais rápida e prática a identificação. Não por acaso aquela época eu era o Domingos do Sr. José da Torre, nome como era conhecido meu avô/pai que me criou juntamente com minha avó Francisca.
O Zé da Olga (sua esposa), a Dayse e a Zenaide, eram nossos vizinhos desde bem cedo e por tanto tempo que os laços estreitados entre nossas famílias foram de grande significado até os dias de hoje. Minha avó e a Olga eram pessoas bastante unidas e me lembro sempre de vovó antes de sua partida, me relatar o carinho e a atenção com que Olga a tratava e isso foi nos unindo sempre vida afora.
O José era discreto, mais calado, mais na dele, mas tinha uma luz própria, uma energia boa que emanava de sua pessoa, que dispensava as palavras em excesso. As vezes nos encontrávamos a caminho de casa e proseávamos por alguns minutos, as vezes me detinha com ele quando chegava e o encontrava a postos na janela as vezes só nos cumprimentávamos. Falávamos de coisas simples do dia a dia, do tempo, de futebol coisas do gênero. Conversas curtas que entretanto continham uma carga enorme de atenção e amizade que ele conseguia me transmitir sempre.
Os anos se passaram, ví suas filhas crescer e ví sempre o José absorto em seu trabalho, no cuidado com a família, na atenção com os amigos e como bom observador que sempre fui, pude perceber um diferencial enorme no astral daquele homem simples, objetivo mas absolutamente carismático e amigo.
Hoje, durante a missa de sétimo dia, que fiz questão de comparecer, me veio à lembrança de todo o convívio com ele. E de coração leve, vendo alí suas filhas e a esposa Olga, unidas na saudade que essa partida lhes trouxe, percebi, que José partiu mas deixou aqui na terra sua missão bem cumprida. Foi um bom marido, bom pai, bom cidadão e tenho certeza de que um bom amigo daqueles que como eu, tiveram o privilégio de seu convívio.
Então, tive uma certeza, de que a dor da saudade da família, será facilmente substituída pela presença de José no coração de cada uma.
José estará eternamente entre nós. Pois quem vive no coração das pessoas que o amam, certamente viverá para sempre.
Domingos Antunes Guimarães. Especial para o jornal Exempplar on line.
Mto obrigada por tudo pela sua amizade pelo seu companheirismo. Vcs fazem parte de nossa família.