Livro será oficialmente lançado em novembro.
A flor do corpo, livro de poesias que já pode ser encomendado no seguinte site:
https://aflordocorpo.blogspot.com/
O livro possui 128 páginas e conta com poesias inéditas, escritas durante a quarentena, e com uma seleção de poesias que considerou a avaliação dos leitores às postagens feitas pelo autor na página que mantém em uma rede social.
Abaixo para nossos leitores uma das poesias do livro e em seguida um comentário do autor sobre sua obra:
Malmequer
Uma flor,
indevidamente colhida,
chora pétalas
acolhidas por um vento
solidário, amigo,
que brinca com elas de ciranda
e as leva para longe
da tristeza daquela flor.
Enquanto as distrai,
o vento lamenta a brincadeira de
bem-me-quer, malmequer.
O que são pétalas sem flor?
Acaso elas serão
procuradas por insetos
ou por algum beija-flor?
Quem admira pétalas e
quem as dá para a pessoa amada?
Uma flor,
indevidamente colhida
em uma brincadeira de
bem-me-quer, malmequer,
sucumbe à sua dor
abandonada no jardim
(já não é mais flor).
Suas pétalas,
levadas pelo vento,
perdem-se uma das outras
e, esquecidas,
adormecem para sempre.
Não me recordo da primeira vez em que peguei um lápis e uma folha de papel para escrever (ou desenhar) as primeiras letras e palavras. Acredito que poucos se lembrem desse momento mágico, único, marcante, que geralmente ocorre nos primeiros anos de vida. Gosto de pensar que a satisfação que sinto hoje ao criar um texto é a mesma que tive quando escrevi minha primeira palavra.
Na adolescência, percebi que essa relação com a escrita intensificou-se, tornando-se o modo que encontrei de desabafar, de gritar, de brigar, de duvidar e de questionar tudo o que me incomodava e tudo o que ainda me incomoda em uma sociedade competitiva, seletiva e, sobretudo, injusta.
A flor do corpo é mais uma flor das tantas que cultivei em razão da necessidade que sinto de elaborar versos quando letras e palavras rodopiam em minha mente, as quais, coniventes com minhas fantasias e feridas, me levam com elas para um mundo que conheço e no qual me estabeleço, me aqueço e me esqueço.
Sérgio Paulo Braga