A sexta etapa do Reality Nascentes da Crise abordou a rotina ao longo da BR-163 entre Cuiabá-MT e Itaituba no Pará, região onde teria sido articulado o “Dia do Fogo” no último mês de agosto.
Embasado em dados científicos, o jornalista e ambientalista Diego Gazola(foto) percorreu durante duas semanas mais de três mil quilômetros entre o Mato Grosso e o Pará. A intenção foi interagir em tempo real com os seguidores do Reality Nascentes da Crise e disponibilizar informações sobre as queimadas e a expansão da agropecuária na região de transição entre o Cerrado e a Amazônia.
A sexta etapa do projeto teve início em 18 de setembro com um voo de São Paulo para Cuiabá. Durante todo o trajeto, uma espessa camada de fuligem foi registrada no céu. No dia seguinte a mídia reportou que imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe constataram que o material particulado era resultado de queimadas no bioma amazônico. Já na capital mato-grossense, com a temperatura em torno dos 41°C, teve início a viagem rodoviária até o sul do Pará.
O primeiro destino foi o município de Nobres, a 120 quilômetros de Cuiabá. Além de um paraíso natural com rios de águas cristalinas, a região abriga a nascente do rio Paraguai que está no divisor entre as Bacias do rio da Prata e do rio Amazonas. Em seguida o ambientalista seguiu para Sorriso, cidade reconhecida por Lei Federal como a Capital Nacional do Agronegócio. Ali registrou araras comendo milho potencialmente transgênico e trouxe reflexões sobre a exportação de água virtual por meio de grãos (milho e soja) cujo destino é prioritariamente a produção de ração animal.
Sinop, outra potência do agronegócio localizada ao longo da BR-163 também foi documentada. Durante a passagem pela cidade aconteceu a primeira chuva após mais de cem dias de estiagem. A tempestade originou desde o sentido nordeste, onde está localizado o Parque Indígena do Xingu e embasou a percepção de influência da Floresta na regulação do regime de chuvas na região.
Mais ao norte, ainda em Mato Grosso, em Peixoto de Azevedo é apresentado o modo de funcionamento de um garimpo legalizado. O empreendimento é associado à Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto – COOGAVEPE a qual contempla mais de 500 sócios e rompe paradigmas referentes à mineração na Amazônia.
Já no Pará, o principal registro foi em Novo Progresso, município em que está sediado o jornal Folha do Progresso que no dia 10 de agosto denunciou os planos para o que ficou conhecido como o “Dia do Fogo”, uma ação que teria sido orquestrada para a realização de incêndios em áreas de floresta.
A última localidade visitada foi Itaituba, localizada a 1.500 quilômetros de Cuiabá no entroncamento entre a BR-163 e a rodovia Transamazônica (BR-230). Às margens do rio Tapajós, o porto na cidade é utilizado com principal modal para o escoamento fluvial dos grãos in natura exportados para todo o planeta.
O documentário ilustra de forma visual, o que a ciência, em geral, apresenta por meio de textos e gráficos.
Os filmes das etapas anteriores assim como todos os detalhes sobre o Nascentes da Crise estão disponíveis no site www.nascentesdacrise.com.br