Por: João Batista de Freitas
O ponteiro agora marca 190 km/h. Por um momento, tive a sensação de ter você a meu lado. (risos) O banco está vazio…
Quem conhece Roberto Carlos hoje, cantando “Esse cara sou eu”, talvez não tenha vivido os anos 60/70 – um tempo novo e mágico na vida de quem era adolescente.
Antes da Jovem Guarda, o que se mais se ouvia era música internacional, preferencialmente em inglês, mas ainda com bastante sucesso de músicas italianas e latinoamericanas. E as músicas que porventura faziam sucesso na voz de cantores brasileiros eram na sua grande maioria versões internacionais. O próprio Roberto Carlos iniciou gravando Splish Splash em 1963, numa versão de Erasmo Carlos. Em uma ala mais elitista, liderada pelo Rio de Janeiro, já havia um movimento chamado Bossa Nova, tendo seus principais expoentes em Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Nara Leão, Ronaldo Bôscoli e tantos outros.
Mas Roberto Carlos rompe com a bossa nova e resolve apostar no lançamento do rock and roll no Brasil. E assim começa uma longa e profícua carreira de sucessos, em quantidade quase impossível de aqui enumerar.
Mas vamos lembrar alguns: Quero que vá tudo pro inferno, Ciúmes de você, Sua estupidez, Proposta, A Montanha, Amada Amante, Amor Perfeito, Quando, O portão, História de um homem mau, Como vai você, Detalhes, Emoções, As curvas da estrada de Santos, (ufa!) As canções que você fez pra mim, Calhambeque, Jesus Cristo, Esqueça, Eu sou terrível, A distância, O show já terminou etc. etc. etc.
Você pode conhecer alguém que não goste de Roberto Carlos, mas dificilmente achará alguém que não goste de nenhuma música de Roberto Carlos, mas quase impossível existir alguém que não conheça uma música de Roberto Carlos.
As frases iniciais desta crônica fazem parte de uma música diferente, chamada 120…150…200 km/h, gravada em 1970, quando Roberto abandonou o rock e partiu para uma bem-sucedida e definitiva carreira romântica, que mantém até hoje.
Mas a minha preferida é e sempre será Detalhes. Pela melodia, pela letra, pelo arranjo e pelo romantismo. E talvez pela época. Vejam estes versos:
Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada
do tempo que transforma todo amor em quase nada.
Mas quase também é mais um detalhe
um grande amor não vai morrer assim
por isso é que de vez em quando
você vai lembrar de mim.
Não é assim mesmo que acontece? Por isso é que a música marcou e marca ainda tantas pessoas.
P.S.: Esta crônica eu ofereço a uma grande amiga que ainda mora em Araxá.
Realmente, difícil encontrar quem não goste! Eu com os meus 36 anos posso dizer que Roberto Carlos fez e faz parte da minha história. Sou de Araxá e hoje moro em Brasília… amo Araxá… amo Roberto Carlos.
João, excelente texto. Fiquei curiosa em saber quem é essa grande amiga rsrsrs
Tive a honra de te conhecer, cresci ouvindo falar de você…
Abraço,
Letícia
Amo as músicas de Roberto desde que comecei entender de romantismo.Sou fã deste grande cantor.
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Sem dúvida essa letra disse tudo,meus parabéns ao jornalista que teve a sensibilidade de abordar esse tema.