Faleceu ontem(25/07) em Belo Horizonte o querido estimado e popular araxaense Caio de Ávila. Pessoa conhecida de todos em nossa cidade onde passou grande parte de sua vida. De um carisma enorme e uma ingenuidade cativante, Caio fez parte de nossa história e com certeza da maioria da população.Nosso registro nessa coluna ” gente exempplar” se justifica não só pela memória que temos desse ser de luz intensa que foi Caio,mas pela importância de sua família em todo o contexto araxaense.Pelo que convivemos com Caio podemos afirmar com toda convicção que “um anjo retornou à sua casa” e nós ficamos com a saudade.Mas para expressar toda a grandeza desse querido conterrâneo, recorremos ao texto de um artesão das palavras e das emoções, nosso amigo Eduardo de Ávila, que gentilmente nos permitiu a reprise em nosso jornal e que reconhecemos como perfeito para ativar a memória de todos sobre quem foi Caio Avila.Abaixo o texto de Eduardo de Ávila:
Existem pessoas em nossas vidas que nos são muito caras, mas algumas poucas tão especiais quanto Caio de Ávila. Como ele sempre dizia “primos dos dois lados” (nossas mães da família Santos e nossos pais Ávila, todos de Araxá). Mas muito acima de laços familiares, por mais de 50 anos, convivemos de uma maneira muito amável e gostosa.
Quem o conhecia pode imaginar como era implacável comigo, na mais pura demonstração de carinho e amor que era a base do nosso relacionamento. Patrulhava cada passo meu, na adolescência, para entregar aos meus pais, notadamente sobre consumo numa mesa de bar. Das namoradas que tive, sua memória era mais prodigiosa que a minha, lembrava-se de todas.
Presença marcante nas horas dançantes do Clube Brasil e bailes no Clube Araxá. Quantas vezes descemos ou subimos juntos – por aquelas rampas do clube -, ele em prantos por alguma inesperada hostilidade de gente covarde e desprovida de qualquer compaixão. E nos jogos do Araxá Esporte? Com uma bandeira na mão, levando seu apoio ao Ganso.
Tive o privilégio de desfrutar de sua presença forte em muitos bons momentos da minha vida. Levei Cainho em bares e boates, jogos do Galo, fizemos várias incursões por Araxá e Belo Horizonte. Machista, nem tanto por convicção e sim pela postura que imaginava de ter um homem, ainda assim me permitia – habitualmente – lhe dar um beijo no rosto. Sempre limpava depois.
No jogo de dama ou até de palitinho, não admitia perder. Cigarro, lá atrás quando me facultava filar um, cobrava um maço por cada unidade cedida. Quando abandonei o hábito do álcool, tive a felicidade de presenciar ele – ainda que relutando – também abdicar da cerveja. Enfim, foram muitos e divertidos momentos compartilhados.
Discorrer sobre todo esse tempo que pude dividir com o Caio me permitiria digitar muitas laudas. Resumidamente, só posso dizer uma coisa, você foi e sempre será uma pessoa muito querida. Sua mãe Regina, suas irmãs Ivete e Isabela, seu cunhado Henrique e sobrinhos Alexia e Pedro Henrique, disputam comigo o privilégio dessa proximidade e afetividade.
Se ao lado deles, além de tanta gente que amava o Cainho, choramos hoje, uma certeza tenho e me conforta. Lá ele está sendo recebido com muita festa pelo seu pai, o saudoso médico doutor Alonso de Ávila; seus avós Sólon e Iveta (que viveu em permanente dedicacão ao neto) e tio Zeca com Tia Camélia. Se na terra estamos em triste velório, conforta saber que no céu o ambiente é de muita alegria. Assim como foi sua presença ao nosso lado.
De seu amigo/primo/irmão fica a gratidão por uma bonita e pura convivência. Sempre te amarei!!!
Serviço: O velório será hoje (26/07) a partir das 14hs e o sepultamento previsto para as 16:00h.