O mês de janeiro é dedicado à conscientização sobre a hanseníase. A campanha Janeiro Roxo, instituída em 2016 pelo Ministério da Saúde, promove campanhas educativas em todo o Brasil. Para desmistificar o assunto, o dermatologista Diogo Pazzini, da Hapvida Notredame Intermédica, traz informações importantes sobre a temática.
“A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada por uma bactéria. Trata-se do bacilo chamado Mycobacterium leprae. A sua transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o patógeno por meio de secreções nasais, tosses ou espirros”, contextualiza.
Segundo o especialista, os sintomas podem surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação. “Na fase inicial da doença, podem surgir lesões na pele, que causam diminuição ou ausência de sensibilidade. As formas mais graves são as que geram comprometimento neurológico, com alterações motoras e deformidades”, acrescenta.
O médico, que também é sócio titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cita que parte da população é resistente à doença e não vai desenvolvê-la mesmo em contato com a bactéria. “No entanto, não se pode e não se deve relaxar nem negligenciar a condição. Caso a pessoa perceba alguns sinais, como manchas na pele esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade, associadas ou não ao formigamento nos membros, tem que procurar imediatamente um médico para ter um exame detalhado, o diagnóstico e a assistência correta”, alerta.
O tratamento é feito por meio de comprimidos, em um período que varia entre seis meses e um ano. A medicação é disponibilizada pela rede pública. É fundamental a intervenção precoce, uma vez que a hanseníase afeta a pele e os nervos. A demora pode levar a sequelas incapacitantes.
A boa notícia é que, logo após o início do medicamento, o paciente não transmite mais a doença. Portanto, ele não precisa mais ficar isolado como acontecia antigamente.
“Ainda existe muito preconceito relacionado à hanseníase. Isso se deve, em grande parte, à falta de informação e ao estigma relacionado a conceitos arraigados na sociedade. Estamos falando de uma doença milenar, por muitos anos denominada de lepra, que afastava os doentes do convívio social, isolando-os em instituições. Isso ocorria em virtude da inexistência, à época, de medicamentos eficazes. Assim, tentavam evitar a transmissão. No entanto, hoje, nada disso faz sentido, como já expliquei na questão referente ao tratamento”, reitera.
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Érica Magalhães
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