Psicóloga diz que o processo de se comparar com outras pessoas se torna tão gigantesco que o indivíduo sofre com isso | Crédito: Freepik
A declaração dada pela cantora Sandy, em 26 de novembro deste ano, durante uma conversa no quadro “Angélica: 50 e Tantos”, exibido pelo Fantástico, da Rede Globo, chamou a atenção de especialistas para um problema psicológico chamado distorção de imagem.
Sandy alegou que não se sente à vontade para aparecer em público sem maquiagem porque “não se acha bonita e se sente desconfortável”. Por si só, a afirmação não confirma nenhum diagnóstico, mas acende um alerta sobre como as pessoas estão tentando, cada vez mais, encaixar-se nos padrões ditados pela sociedade.
A psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, Ivana Teles, explica que as redes sociais têm sido responsáveis por potencializar essa realidade. “As redes vizinhas, aparentemente, apresentam pessoas perfeitas, sem nenhum problema. Ou seja, tudo parece maravilhoso, porque postam momentos felizes de suas vidas. Do outro lado, quem está visualizando encara um sentimento de comparação e autocobrança. Por isso, os filtros, as maquiagens, os retoques em aplicativos de edição vêm se tornando frequentes. Isso com exagero não é bom”, avalia.
Ivana Teles destaca que a perfeição não existe. “Sabemos que é normal ter espinhas e uns quilinhos a mais, por exemplo. Mas o processo de se comparar com outras pessoas se torna tão gigantesco que o indivíduo sofre com isso, chegando a se abalar psicologicamente”, ressalta.
“Imagina se todos fossem iguais? Se todas as mulheres se parecessem com a boneca Barbie, por exemplo, não teria graça. Por isso, oriento as pessoas a olharem para si mesmas com mais amor e a aceitarem os corpos delas como são. Não é errado você pensar em como quer o seu corpo e trabalhar para alcançar o seu objetivo, mas a grande questão é: o que você quer para o seu corpo? Essa resposta pode não se enquadrar nos padrões da sociedade”, pondera.
Ivana ressalta que a autoconfiança e a autoestima elevada evitam esse tipo de situação. “Caso a pessoa perceba que está ficando triste, deprimida e que essas comparações e autocobranças têm sido um grande peso, talvez seja a hora de procurar um especialista, que vai auxiliar a pessoa a se reencontrar e a valorizar o que ela realmente é”, sugere.
A psicóloga ainda reforça que o que faz um indivíduo singular neste mundo é ser o que ele é. “Ser igual a todos não tem graça”, defende.
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Érica Magalhães
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