A noite não poderia ser mais perfeita, uma lua crescente cortava o céu, acompanhada de um clima ameno e muito agradável fazendo pano de fundo para uma noite muito especial e um espaço aparentemente exageradamente grande que se descortinava à frente da orquestra que fazia os últimos ajustes antes da apresentação oficial. Mas já naquele momento podia se perceber que o show seria realmente um grande espetáculo.
E as pessoas foram chegando, e se unificando como um só grupo, sem distinções sociais e com os mais diversos propósitos, alguns por gostarem realmente do estilo, outros por apreciarem alguns instrumentos isolados, outros pela curiosidade do inusitado, outros na expectativa de um excelente programa gratuito para um sábado à noite. E todos tomaram seus lugares da melhor maneira que puderam se acomodar e a partir deste momento o espaço antes parecendo tão grande, ficou pequeno para tantos expectadores. Super lotado mas disciplinado para um evento tão grande e em área aberta. Com certeza fruto de uma boa organização nos preparos de receptividade.
Na abertura o primeiro momento de muita emoção com a execução do Hino Nacional que assim ao vivo tem um efeito de enorme relevância para todos nós. Após duas apresentações o maestro José Soares tomou a palavra descrevendo em detalhes o repertório daquela noite que de especial trazia somente canções de compositores brasileiros. E ao retornar à batuta, mostrou seu profissionalismo não só na regência da orquestra, mas também no envolvimento com o público, com as crianças que se divertiam em volta e até com alguns cãezinhos mais ousados que teimaram em permanecer no local. E o resultado não poderia ser outro. Um espetáculo perfeito, onde o publico esqueceu todas suas divergências e se fundiu em um só, cantando, se expressando e aprendendo com cada obra executada. Com certeza até o vendedor de algodão doce terá uma história melhor para contar à família, já que teve a oportunidade de ganhar o seu sustento ao som de uma música especial e nada comum aos seus ouvidos.
Depois da ultima apresentação programada que foi O Guarani de Antonio Carlos Gomes e muitos aplausos e pedidos insistentes de “mais um” a orquestra cedeu aos pedidos e retornou com a execução de Aquarela Brasilera, tirando todo mundo do conforto das cadeiras para o movimento dos ritmos alternados e em perfeita sintonia. As ruas se encheram de gente, trazendo a memória afetiva de um tempo onde as pessoas se encontravam mais se falavam mais e eram mais felizes. Cada um seguiu o seu caminho, uns continuaram rumo às outras festas, outros ficaram nas imediações conversando e outros seguiram para suas casas. Mas com certeza, todos saíram dalí melhores do que chegaram, porque a música tem esse poder de transformar pessoas e quando executada pelas mãos de profissionais tão competentes consegue resultados melhores ainda.
Viemos para casa com uma imensa sensação de GRATIDÃO, pelos momentos vividos. À Orquestra por se deslocar com uma equipe tão grande para levar alegria e cultura às pessoas, e aqui somos uníssonos com o maestro que fez questão de dividir o sucesso de todo o espetáculo com TODOS sem distinções incluindo toda a equipe dos bastidores responsáveis pela produção. À Cynthia Verçosa presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto e sua equipe que coordenou todo o aparato para este acontecimento, à Prefeitura Municipal de Araxá pelo apoio prestado em diversos setores e à CBMM que mais uma vez consegue através de seu patrocínio oferece à nossa cidade mais um espetáculo de sucesso, cultura e entretenimento para todos. (Domingos Antunes especial para o Jornal Exempplar on line).