A consultora alimentar Heloisa Lopes é exemplo de dona
de casa que decidiu empreender para cuidar das filhas | Crédito: Divulgação
Com o cenário econômico desafiador causado pela pandemia de Covid-19, muitas mulheres donas de casa encontraram na atividade empreendedora uma forma de contribuir para o orçamento familiar. Um levantamento feito pelo Sebrae, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, revela que mais da metade das empreendedoras brasileiras (51%) desempenham a posição de “chefe de domicílio”.
A necessidade de adaptação durante o período de isolamento social impulsionou essas mulheres a explorarem suas habilidades e talentos, transformando ideias em negócios promissores, além disso, elas viram possibilidades para cuidar dos seus filhos e trabalharem sem precisar sair de casa. Todavia, um dos grandes desafios delas é a profissionalização do empreendimento.
A consultora alimentar, Heloisa Lopes, é um exemplo. Mãe de duas meninas e por causa da segunda filha, que tinha muita dificuldade em aprender a comer, começou a estudar sobre introdução alimentar e trocou a carreira da área de negócios para se tornar consultora alimentar infantil. Desde 2016, ela atendia somente de forma presencial, porém, com a pandemia de Covid-19, ela começou a atender on-line, lançou seu curso digital, e-books e agora também vende o Dossiê da Introdução Alimentar para todo o Brasil.
Já a Flavia Lavarini viu na maternidade e na vontade de ficar em casa com os filhos uma oportunidade de fazer um negócio. Ela é dona da Biheibe Baby e montou sua loja on-line para ajudar outras mães de Uberlândia-MG a terem acesso a artigos para bebês e crianças importados e também de grandes marcas nacionais com mais facilidade e praticidade. Hoje vende 100% on-line. “A ideia de abrir uma empresa online surgiu da minha paixão pela maternidade e da vontade de estar presente na vida dos meus filhos. Percebi a oportunidade de criar um negócio que ajudasse outras mães em Uberlândia a terem acesso mais fácil e prático a artigos para bebês e crianças, tanto importados quanto de grandes marcas nacionais. Montei minha loja on-line, e hoje, operando 100% virtualmente, consigo atender às necessidades das famílias com comodidade e qualidade, proporcionando uma experiência encantadora para os clientes e contribuindo para a felicidade e conforto das crianças”, conta Flávia Lavarini.
A importância da capacitação
Capacitar-se para empreender deve ser uma das principais estratégias adotadas por essas mulheres para tornarem-se bem-sucedidas. Segundo a consultora e coautora do livro “As chaves da Mentalidade Empreendedora”, Lisiane Davi, a falta de experiência prévia no mundo dos negócios pode ser superada com cursos de capacitação em empreendedorismo, finanças, venda, marketing e gestão, que estão amplamente disponíveis on-line e em instituições educacionais.
Para Heloisa Lopes, empreender como consultora alimentar infantil foi um desafio inspirador. “Eu já tinha uma equipe que me atendia, mas eu percebi que eu precisava de auxílio para desbravar o Brasil com o on-line. Foi então que busquei ajuda de uma consultoria de marketing desenvolvi estratégias digitais, lançando cursos e e-books, expandindo meu alcance para mães em todo o Brasil e até em outros países.
Lisiane Davi defende que para abrir uma empresa, é importante seguir algumas etapas fundamentais. “Essas mulheres devem identificar suas habilidades e paixões, buscando conciliar interesses pessoais com oportunidades de mercado e focar na estruturação do negócio”.
É o caso da fotógrafa Cláudia Barcelos. Ela atua profissionalmente em Três Marias-MG. Com as dificuldades enfrentadas durante a pandemia, pois não pode exercer seu trabalho, decidiu buscar ajuda por meio de uma consultoria de marketing e vendas. “Com o suporte dos especialistas, pude criar uma estratégia digital eficiente, promover meus serviços e alcançar novos clientes. Buscar essa capacitação com profissionais que entendem de negócios pequenos como o meu, foi essencial para me restabelecer, expandir minha presença no mercado e reafirmar minha paixão pela fotografia, me permitindo superar os desafios e seguir em frente com sucesso”, conta.
Para a Lisiane Davi, que também é especialista em marketing, a simplicidade é a chave para empreender de forma eficiente. “As mulheres podem focar em negócios que exijam investimentos iniciais menores e que sejam alinhados com suas habilidades. Essa abordagem possibilita uma entrada gradual no mercado, evitando riscos financeiros desnecessários. Além disso, é essencial adotar uma postura profissional em todas as etapas do empreendimento, criando um plano de negócios detalhado, estabelecendo metas claras e acompanhando de perto a evolução do empreendimento”.
Um grande mercado para explorar
O mercado tem mostrado um forte potencial para negócios em setores como artesanato, produção de alimentos caseiros, infoprodutos, revenda de produtos (inclusive para o próprio nicho materno), prestação de serviços locais e comércio eletrônico. Porém, a profissional deixa o alerta: “hoje em dia tem muitas pessoas oferecendo milagres na internet prometendo para essas mães ficarem ricas de forma fácil, e quando vão ver não é bem assim e vem a frustração. Por isso, antes de pensar em abrir um negócio fica o alerta: cuidado com os profissionais nos quais você confia. Dinheiro que vem fácil vai embora fácil.”
Para se destacar nesse cenário, que está cada vez mais competitivo, Lisiane Davi aconselha as empreendedoras a investirem na divulgação do negócio, não somente nas redes sociais, mas também observar como a comunicação “off-line” desenvolve-se. “É importante, para construir uma marca sólida do empreendimento, oferecer um atendimento personalizado aos clientes, preocupar-se com o ponto de venda (quando existir) e relacionamento entre o empreendimento e o cliente, organizar os processos da empresa para que o serviço ou produto oferecido seja eficiente e atenda realmente as necessidades do cliente. Hoje em dia, você não tem que apenas saber vender, tem que saber se relacionar estrategicamente com o cliente”, destaca.
Lisiane Davi lembra que muitas empreendedoras ficam focadas no universo on-line, esquecendo-se de estruturar bem o negócio. “Muitas vezes, o empreendimento está perfeito nas redes sociais, mas quando o cliente tem contato com a experiência, há a frustração: o atendimento é ruim e demorado, não há um script de venda atencioso e personalizado que os tempos atuais exigem, etc. É necessário ‘arrumar a casa’ para depois investir numa divulgação em massa”, ressalta.
A consultora e escritora defende ainda que, com o apoio da capacitação adequada e orientações profissionais, essas mulheres têm a oportunidade de transformar seus sonhos em negócios bem-sucedidos, contribuindo significativamente para o crescimento da economia local e o fortalecimento do orçamento familiar
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Érica Magalhães
Assessora de Imprensa
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