Infectologista do Sistema Hapvida alerta sobre os tipos de hepatite e a importância da prevenção
Julho Amarelo alerta sobre as hepatites virais | Foto: Freepik
A campanha “Julho Amarelo” foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.
A hepatite é um nome genérico para inflamação do fígado, que pode ser por várias causas. “O grupo de vírus que causa a doença é heterogêneo, mas o que tem em comum é que eles causam essa inflamação no órgão”, explica a infectologista do Sistema Hapvida, Silvia Fonseca.
Nem sempre a doença apresenta sintomas, mas quando aparecem, eles manifestam-se na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “Vai depender muito do tipo de hepatite contraído pela pessoa, pois cada um deles tem suas peculiaridades”, comenta Sílvia Fonseca.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as hepatites são causadas pelos vírus A, B, C ou D, sendo a hepatite mais comum no continente africano.
Silvia Fonseca afirma que as hepatites A e B são mais comuns. A hepatite A está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene, pois a pessoa adquire a doença facilmente por meio de um alimento contaminado. “É um vírus resistente ao meio ambiente. É uma doença incômoda, deixa os olhos amarelos, causa vômito, diarréia, fezes esbranquiçadas e, normalmente, a pessoa sara sozinha, mas se for fulminante, levará o paciente ao transplante de fígado. É bom lembrar que para combater a hepatite A, existe vacina gratuita pelo Programa Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde, além disso, o saneamento básico auxilia no combate à doença”, destaca.
Já a hepatite B é muito transmissível. Ela é adquirida por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção é a vacina, associada ao uso do preservativo. “Evitar compartilhar objetos perfurantes também é importante”, acrescenta a especialista.
Além disso, a médica salienta que a pessoa pode ter o vírus da hepatite B e não sentir sintomas. “A hepatite B nos preocupa, principalmente nas gestantes, que pode passar para os bebês, na hora do parto. Por isso, é importante que as futuras mamães façam o exame, pois se detectada a doença em tempo hábil, é possível entrar com a imunoglobulina hiperimune, medicamento direcionado ao bebê para conter a doença na criança, que também será vacinada. Reforçamos que o SUS oferece três doses da vacina que combate a hepatite B”.
Silvia Fonseca salienta que a hepatite B pode tornar-se crônica e caminhar para cirrose hepática e até câncer no fígado. “Por isso, reforçamos a importância de vacinar-se e, principalmente, detectar se o indivíduo é portador da doença, pois é silencioso”, reforça.
A hepatite C é mais misteriosa na aquisição. “Mas sabemos que está ligada a transmissão via sanguínea e líquidos corpóreos. Ocorre muito em usuários de drogas. Ainda não tem vacina do vírus tipo C. Todavia, assim como a hepatite B, tem tratamento gratuito via SUS”, explica Silvia Fonseca.
Já a hepatite D ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D. E a hepatite E é transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.
A médica finaliza fazendo um alerta: “precisamos ficar atentos àquilo que temos direito gratuitamente, que são as vacinas e os tratamentos para certos tipos de hepatites. Além disso, as pessoas precisam manter-se prevenidas, fazer uso de preservativos durante as relações sexuais, evitar compartilhar objetos de perfuração, como alicates de unha e agulhas, por exemplo. E, qualquer manifestação diferente no organismo, procurar ajuda médica. O importante é cuidarmos da saúde. Esse bem tão precioso”.
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Érica Magalhães
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