A diástase abdominal ocorre quando os feixes do músculo reto abdominal se separam. Embora seja mais frequente em mulheres, homens também podem ser afetados por essa condição. Em entrevista, o cirurgião plástico da Unimed Araxá, Henrique Ovídio Coraspe Gonçalves, explica as causas, sintomas, prevenção e tratamento para esta situação.
O que é a diástase abdominal e quais as causas mais comuns?
O músculo reto abdominal é formado por duas bandas verticais que se unem na região central do abdômen, esses são os músculos que formam os famosos “gominhos” quando hipertrofiados por exercícios.
Algumas condições podem fazer com que essa musculatura seja esticada e acabe sendo enfraquecida, o que pode levar à separação dessas duas bandas, alteração que não pode ser revertida apenas com fortalecimento muscular. Isso acaba resultando, em alguns casos, na protrusão do conteúdo abdominal interno – agora menos protegido.
Algumas das principais situações que podem levar ao afastamento das bandas do músculo reto abdominal são: gestação com bebê muito grande, ganho de peso excessivo na gestação, múltiplas gestações, perda de peso após cirurgia bariátrica e o processo natural de envelhecimento.
Quais são os sintomas que o paciente nota?
O principal sintoma da diástase abdominal consiste no afastamento do espaço entre os músculos centrais do abdômen, o que pode ser sentido quando o paciente pressiona as mãos contra o centro da barriga e contrai a musculatura. Geralmente a situação é bem identificável clinicamente. Além disso, em situações em que a pressão dentro do abdome é aumentada, como o que ocorre ao se levantar ou tossir, ele se projeta ainda mais e forma uma protuberância que acomete toda a extensão vertical e central do abdômen.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico dessa alteração pode ser feito por um cirurgião plástico após avaliação física do paciente, sendo confirmado por meio de exames de ultrassom ou tomografia computadorizada para mensurar a abertura muscular apresentada
Há como fazer uma prevenção?
Sim. Para a prevenção de diástase adquirida, duas ações são importantes: realização de exercícios físicos que fortaleçam a parede abdominal e manutenção de peso adequado, evitando a obesidade.
Para quem já apresenta a diástase, qual é o tratamento?
Em alguns casos, principalmente em pacientes que tiveram a primeira gestação, a diástase pode ser resolvida espontaneamente após o parto, mas na maioria dos casos é necessário um tratamento cirúrgico.
Esse tratamento cirúrgico pode ser realizado isoladamente (somente a correção da diástase), que pode ser realizado por cirurgia aberta, videolaparoscópica e até robótica.
Porém, geralmente a diástase do reto é acompanhada de outras alterações pós-gestacionais, como excesso de pele na parte inferior do abdome (flacidez) e lipodistrofia (acúmulo de gordura em determinadas regiões). Por isso, o mais comum é a correção da diástase acompanhada da cirurgia de abdominoplastia e lipoaspiração. Dessa forma, além de restaurar a função muscular conseguimos uma melhora estética para a paciente.
Daniel Nacati
Assessor de Comunicação / Unimed Araxá
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