Araxá se prepara para um dos maiores eventos de sua história que é a Copa do Mundo de Mountain Bike, cuja proporção ultrapassa todos os limites da cidade, não só pelo número de pessoas esperado, mas por se tratar do maior evento do mundo já realizado dentro de sua modalidade.
Por isso mesmo, os números assustam à primeira vista e nos faz refletir sobre a responsabilidade de sermos os anfitriões desta grande festa. De acordo com informações seguras, são esperados 300 atletas participantes, envolvendo cerca de 50 países e diferentes estados brasileiros que, somados às equipes de preparação e mais um número significativo de turistas, curiosos e amantes do esporte, sugerem, grosso modo, a expectativa de mais de 10 mil pessoas na cidade no período do evento que vai do dia 18 a 21 de abril próximo e se estende até o dia 28, intercalado com a Copa Internacional de Mountain Bike.
Jornais do mundo inteiro já se posicionam na divulgação deste evento, levando junto o nome de Araxá e de Minas Gerais como anfitriões e consequentemente elevando ainda mais o nome dos mineiros e sua arte em receber bem.
Em nossa cidade, o movimento de Mountain Bike é bastante conhecido e praticado, já que a Copa Internacional de Mountain Bike é realizada por aqui há mais de 20 anos, tornando a modalidade muito próxima da população, seja na prática ou na admiração da torcida. Mas, afinal, como tudo isso começou? E como um evento deste nível se mantém cada vez maior e mais admirado, tendo à sua frente o mesmo mentor, organizador e responsável maior por toda essa evolução?
Buscando encontrar respostas para vários questionamentos a respeito, fomos falar com Rogério Bernardes, o grande responsável pelo movimento de Mountain Bike em Araxá, que resulta nesta grandiosa festa de proporções tão imensas. Discreto, quase tímido, mas de respostas firmes e bastante definidas, Rogério se dispôs a nos conceder essa entrevista mesmo em meio ao turbilhão de atividades empreendidas para o arremate final do evento que já entrou em sua contagem regressiva e de forma tranquila respondeu às nossas perguntas, detalhadamente, mostrando o porquê de sua facilidade de administrar situações inusitadas e difíceis.
ROGÉRIO, QUANDO E COMO TUDO ISSO COMEÇOU EXATAMENTE?
Eu sempre gostei demais de esporte a minha vida toda, pratiquei várias modalidades das mais diferentes possíveis, artes marciais, tênis, futebol, vôlei. Enfim, sempre gostei muito de esportes e há muitos anos atrás, quando eu tinha menos de 15 anos, fiquei encantado com o trail, que a gente falava aqui em Minas Gerais andar de moto nas trilhas. Então, comecei fazendo trail aqui em Minas. Eu adorava. Às vezes começava a chover e eu pegava a moto para poder ir para as trilhas. Eu gostava demais. E com isso o uso das bicicletas foi uma consequência. Logo que começou o uso das bikes, no início de 90 eu comprei uma bicicleta e comecei a fazer trilha de bike também. Acho que foi uma tendência principalmente em Minas Gerais, onde as coisas começaram com muita força. E aí, eu comecei a usar essa bike e fiquei muito tempo fazendo trilhas. E paralelo a isso eu sempre trabalhei com publicidade e organização de eventos. Na época eu trabalhava em uma multinacional e acabei saindo para trabalhar em um Hotel Fazenda da família em 95. E uma das primeiras coisas que eu fiz foi buscar novos projetos para essa propriedade em Carandaí, cidade próxima a Belo Horizonte. E a primeira coisa que eu quis fazer foi um evento de mountain bike e aí foi uma sensação incrível, adorei , fiquei encantado, adorei, e não parei mais. Comecei o planejamento em 95 e em abril de 96 realizei o primeiro evento.
VOCÊ É DO CICLISMO COMO PRATICANTE OU UM EMPRESÁRIO ARROJADO QUE ACREDITOU NO ESPORTE COMO UM CANAL PARA INVESTIR COMO EXEMPLO?
Na verdade eu sou praticante, nunca competi no mountain bike, mas sempre fui aficionado, adorava sair pro meio do mato. A questão de unir essa paixão pelo mountain bike com o evento foi uma coisa que surgiu pela minha formação na área de eventos e comunicação. Minha formação de organizador de eventos, isso falou muito mais alto do que propriamente dito ser um competidor, coisa que nunca fui. E aí eu consegui fazer essa entrega de forma completamente diferenciada para a época. Na época existiam muitas provas, e eu consegui fazer o evento dentro de um hotel fazenda e oferecendo uma estrutura bastante diferenciada para os competidores o que chamou muita atenção e aí eu não parei mais.
PORQUE A ESCOLHA POR ARAXÁ PARA SER O CENTRO DAS REALIZAÇÕES DESSE ESPORTE, VOCÊ É ARAXAENSE? TEM ALGUMA LIGAÇÃO DIRETA COM A CIDADE?
De 96 até 2004, quando eu fiz a primeira prova em Araxá, muita coisa aconteceu. E aí tem várias histórias que podem ser analisadas que mostram que essa semente de Araxá já estava sendo plantada muito antes. Para você ter uma ideia, eu fui um dos fundadores da AMETUR – Associação Mineira das Empresas de Turismo Rural junto com outras pessoas, vários empresários e essa associação funcionou durante muito tempo. E eu fui tesoureiro, fui diretor, vice-presidente, enfim, tive vários cargos na associação. E mesmo antes disso, eu fui consultor do SEBRAE durante 20 anos na área de turismo rural. E eu tive a satisfação de trabalhar na região de Araxá, na consultoria, palestras. Estimulando os empresários a iniciar este trabalho de transformar suas propriedades rurais para receber o turismo dentro de suas propriedades, como mais uma fonte de renda e também como geração de emprego. E sempre quando citava o caso do mountain bike de 96 sempre era citado como um caso de sucesso e como uma das oportunidades que a gente tem do turismo rural criar eventos dentro das propriedades, para gerar emprego e renda e oportunidades de divulgação. Então como se vê, isso estava sendo propagado em Araxá e na região já há muitos anos através do SEBRAE e de minhas idas como consultor do Turismo Rural. Em 2004, foi marcado um Fórum sobre Turismo Rural em Araxá no Grande Hotel e nessa época eu assumi a presidência da AMETUR. Nesse mesmo evento simultaneamente eu assumi como um dos diretores lá da ABRATUR, que era uma Associação Brasileira de turismo rural, então nós fizemos um fórum mineiro de turismo rural com muito sucesso e mais de 500 participantes do Brasil inteiro, mas principalmente da região, foi um trabalho espetacular. E essa foi a oportunidade que encontrei de fazer a primeira etapa da COPA AMETUR, em Araxá, porque criamos um evento que chamava Copa Ametur de Mountain Bike, justamente para divulgar a Associação, com isso conseguimos fazer a primeira etapa em Araxá e não paramos mais. Então essa é a história da minha primeira ida a Araxá. E aí foi amor à primeira vista e depois disso não paramos mais. Sempre tivemos um apoio muito grande da comunidade e estamos aí até hoje faz 21 anos.
QUANDO TUDO COMEÇOU VOCÊ IMAGINAVA CHEGAR A TRAZER UMA PROVA MUNDIAL PARA ARAXÁ? E COMO SE SENTE COM ESSA CONQUISTA?
Falando sobre o sonho de ter uma Copa do Mundo em Araxá, acho que no início eu nunca sonhava assim, propriamente dito. Era um desejo nosso alcançar, qual que é o limite que a gente teria? É organizar uma Copa do Mundo, acho que não tem nada mais emblemático do que organizar uma Copa do Mundo. Isso nós estamos alcançando agora, eu tive o prazer de fazer em 2022 em Petrópolis e outra coisa que eu sonhava muito dentro desses sonhos impossíveis era, de repente, trabalhar nos Jogos Olímpicos, no mountain bike e eu fui o responsável pela construção da pista dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. Então, são sonhos que graças a Deus eu tenho tido a oportunidade de realizar e em Araxá não foi diferente. Então, na medida que passavam os anos que a gente ia organizando a Copa do Mundo a gente estava recebendo atletas de outros países, o evento já era internacional, eu recebia comissários internacionais de outros países, da Europa e América do Norte. E cada vez que a gente fazia um evento, que as pessoas iam a Araxá e viam nosso trabalho, a estrutura da cidade, todo apoio que a gente tinha, todo mundo falava, cara, isso aqui tem um potencial enorme para realizar uma etapa de Copa do Mundo. E com tanta gente falando eu comecei a acreditar que isso podia ser verdade, então, comecei a trabalhar nesse sentido. Entendo que tudo foi uma consequência, chegar nesse ponto. Eu nunca imaginei que eu pudesse ser agraciado com isso, ter essa oportunidade, mas a dedicação que a gente teve durante esses anos todos contribuiu bastante e agradeço a Deus estar fazendo essa Copa do Mundo. Ter essa oportunidade que estou tendo e em uma cidade como Araxá que eu gosto muito e onde inclusive me tornei cidadão honorário. Então respondendo a uma pergunta anterior, eu tenho amigos em Araxá, já tinha amigos em Araxá, fiz grandes amigos em Araxá, mas eu não “era” de Araxá, porque a partir do título de cidadania que me foi outorgado já me considero um cidadão araxaense e muito honrado por isso.
DEPOIS DE MAIS DE 20 REALIZAÇÕES, SABERIA CLASSIFICAR O DIA DE MAIOR EMOÇÃO E O DE MAIOR DIFICULDADE ENFRENTADA ATÉ AQUI?
Sobre as dificuldades eu acho que cada ano a gente tem vivido novos desafios. E não tem sido diferente, a gente tem vivido muitas coisas aí na cidade. Você ficar 21 anos no mesmo lugar não é uma coisa fácil porque a gente convive com muita gente e graças a Deus a convivência que a gente tem tido com todos na cidade tem sido muito pacífica, de muita transparência, muita honestidade, então eu acho que eu devo isso à longevidade da prova. A estes amigos que a gente faz durante o período e esse trabalho de forma honesta que a gente faz aí. Acho que isso é o principal. Além disso, temos de destacar o apoio de muitas entidades e empresas que, unidas, são responsáveis por tudo se tornar realidade, independentemente do apoio ser grande ou pequeno. A soma disso tudo é que importa. O Governo Minas Gerais, através da CODEMGE, é o principal responsável e temos outras dezenas de aliados como a Prefeitura Municipal de Araxá, Câmara de Vereadores, CBMM, Mosaic, Grande Hotel de Araxá, CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo), UCI (União Internacional de Ciclismo) FMC (Federação Mineira de Ciclismo), rede hoteleira da cidade, restaurantes etc. É muita gente mesmo que nos apoia e aqui vai meu agradecimento sincero a todos. Agora, as dificuldades sempre acontecem e sempre teremos, dificuldades antes e depois, durante, passamos por grandes desafios e provações nestes períodos e não foram poucos. E tenho certeza que não serão os únicos, virão outros pela frente, mas a gente vai estar sempre preparado para enfrentar todos que vierem. E se Deus quiser vai dar tudo certo sempre.
É PERCEPTÍVEL QUE A FAMÍLIA ESTÁ SEMPRE TE APOIANDO, INCENTIVANDO E DANDO FORÇA AOS EVENTOS, QUAL O PESO DESTA PARCERIA TÃO DIRETA?
É importante citar mesmo, como você disse, a minha esposa Carla, está sempre ao meu lado, meus filhos. Eu tive meus pais que já não estão mais aqui, mas que sempre me apoiaram muito, minhas irmãs. Então eu sempre tive um apoio muito grande da minha família e também de meus amigos mais próximos, em relação a organizar a prova. Então, eu tive ajuda de muita gente para chegar onde cheguei e eu agradeço sempre a todos. Tem gente que me ajudou muito e nem sabe que me ajudou, mas foi muito importante dentro desse processo. Então isso é muito importante. E falando especificamente da família, sem a presença dela comigo, aí nada teria sido possível. A Carla está sempre ao meu lado, nas dificuldades, nas horas difíceis e também nas horas boas. Meus filhos também já trabalham comigo, me apoiando. Cada um tem sua vida independente, mas quando a gente fala do evento eles estão sempre ao meu lado também. Então é com muita alegria que eu falo assim que eles estão sempre comigo e espero que continuem sempre. Que é algo que me motiva muito e nos dá bastante força. A família é uma fortaleza que a gente tem. E quando você tem a oportunidade de colocá-la ao seu lado junto, em um projeto tão importante quanto a Copa do Mundo e a Copa Internacional, aí a chance de dar alguma coisa errada é muito pequena porque você tem o poder muito grande da família nos apoiando e isso é muito bom.
QUEM É O ROGÉRIO BERNARDES FORA DO CIMTB?
Bom, da minha parte eu sou um cara muito tranquilo, não gosto muito de confusão, sou muito caseiro. Passados os eventos, estou tranquilo, estou sempre em casa com minha família. Às vezes gosto de dar uma viajada com eles, pra gente dar uma distraída e tal. Mas a casa, o lar, é a fortaleza que a gente tem, então, é um lugar que eu gosto de ficar, de estar pra poder recarregar as energias. Não só física mas espirituais, psicológicas, enfim é onde a gente recarrega tudo. Então, eu dou o maior valor à minha casa. Eu sou realmente muito tranquilo, saio as vezes com os amigos, mas eu sou mais pacato e sou mais caseiro.
Consegue manter uma vida tranquila fora das competições ou passa o ano todo pensando na próxima?
Prefiro programações que envolvam a família e que a gente esteja junto com os amigos. Eu não sou muito de sair, sou um cara mais tranquilo. E mesmo em Araxá quando estou trabalhando aí, sou bem tranquilo, bem recluso aí no hotel, com a minha equipe, que também faz parte da minha família. Importante dizer isso porque a equipe nossa, que nos acompanha, o Caíque, também é uma família que a gente tem, é uma extensão da família,então acho que é por isso que a gente tem muito sucesso porque o respeito que a gente tem na equipe entre as pessoas, de desenvolver o projeto, respeitando todo mundo, acho isso muito importante. Esse sou eu assim mais tranquilo, não gosto de confusão não.
EM SUA VISÃO QUAIS SÃO AS PERSPECTIVAS PARA A COPA DO MUNDO EM ARAXÁ, COM O QUE VEM SENDO APRESENTADO ATÉ AQUI? SOBRE A PISTA, A COMPETIÇÃO EM SI E A INTERAÇÃO DOS PARTICIPANTES COM A CIDADE?
De todas as pessoas envolvidas acho que eu sou das mais otimistas em relação ao sucesso da prova de Araxá, sabe! Eu acredito muito no potencial da cidade, da pista do Grande Hotel, e sei que muitos acreditam também, e isso nos dá muita força, nos dando imensas chances para podermos levar adiante. E espero também que seja o primeiro de muitos anos. Ou o primeiro de outras oportunidades que a gente vai ter de organizar uma Copa do Mundo aí em Araxá. E pra isso acontecer, a gente tem de ter o sucesso na prova, então eu espero que tudo dê certo e estamos trabalhando para isso. Para que a gente seja marcante em relação às etapas de Copa do Mundo. Eu tenho absoluta convicção que vai ser uma das maiores provas da história do Mountain Bike, essa prova que vamos fazer em Araxá. Por tudo. Pelas pessoas, pelo lugar, pela estrutura, pela pista que é maravilhosa. Então, acho que a gente tem um conjunto aí que é maravilhoso.
O QUE VOCÊ CONSIDERA AINDA PASSÍVEL DE MELHORIAS, ADAPTAÇÕES E AJUSTES FINAIS PARA MELHORAR AINDA MAIS?
A gente sabe que mesmo com todo este otimismo que a gente tem, sabemos das deficiências da cidade em relação à parte estacionamento no Barreiro, por exemplo. Apesar de Araxá saber receber como ninguém as pessoas, para um evento tão grandioso como a Copa do Mundo a gente tem alguns gargalos que estão aí no radar. Já tem uma licitação aí em relação a um estacionamento no Barreiro, que é algo que será muito importante quando estiver construído. E em um momento que estiver construído, isso vai contribuir mais ainda para o sucesso do evento. Então a gente tem algumas questões ainda em Araxá que precisam ser resolvidas, e vai acontecer ainda naturalmente. Eu acho que essa primeira Copa do Mundo na cidade vai ser um marco, porque as pessoas vão despertar para se preparar em relação a falar inglês, se preparar para ter serviços de maior qualidade. Não que não seja, mas a gente pode sempre melhorar. Então vejo essa Copa do Mundo como um marco que vai trazer benefícios não só para uma outra Copa do Mundo de Mountain Bike, mas para outros eventos na cidade. A gente está desenvolvendo um projeto de mobilidade, em parceria com a BiciMobi, que é pioneiro aí na cidade, para poder fazer o evento da melhor forma. E esse projeto vai precisar da ajuda e envolvimento dos moradores e de todas as pessoas da cidade para que tudo dê certo. Também das entidades, Polícia Militar, Polícia Rodoviária, DER, Bombeiros, enfim, de todos os parceiros que nos apoiam fortemente. E eu tenho certeza de que havendo a possibilidade de realizar outras Copas do Mundo a cidade vai estar cada vez mais preparada. Penso também que pequenas deficiências que estão sendo trabalhadas para que não atrapalhem o evento irão dar mais oportunidades para que o evento seja melhor ainda.
Uma parada entre reporter e entrevistado em um dos raros momentos de calmaria na vida de Rogério Bernardes.
ESPAÇO ABERTO PARA SUA MENSAGEM FINAL AOS ARAXENSES E VISITANTES:
A mensagem final que deixo é uma mensagem de gratidão, para a cidade de Araxá e todos os araxaenses, e todas as pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram direta ou indiretamente para que a gente chegasse aonde nós chegamos, a uma Copa do Mundo, neste 21 anos de Copa Internacional em Araxá, a gente tem muita coisa ainda por fazer, mas já construímos muita coisa. E agora que já chegamos no topo, difícil é se manter no topo em Araxá e esse é o nosso objetivo hoje. Mas, o sentimento é só de gratidão a todos pela confiança em nosso trabalho pois sempre trabalhamos para fazer a diferença no crescimento e valorização da cidade. Agradecer a Deus por esta oportunidade, à minha família, à minha equipe, a todos da imprensa de Araxá. Essa é a mensagem que eu queria deixar e espero que todos gostem do que vamos entregar, e qualquer coisa que houver de errado, tragam ao nosso conhecimento para que possamos corrigir para o ano seguinte. Obrigado, Domingos.
Reportagem concedida a Domingos Antunes Guimarães .
Agradecemos a revisão final da entrevista ao nosso colunista e amigo: João Batista de Freitas.
Que materia espetacular, so poderia ser no Exempplar mesmo
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