Este foi o primeiro evento deste segmento realizado no estado de Minas Gerais, a 1ª Conferência Regional dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba contou com a participação de representantes de mais três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Após as cinco palestras e muitos depoimentos de vivências de agentes de saúde participantes o público com mais de 260 pessoas teve a certeza de que o apoio necessário para desenvolver o relevante papel na sociedade pode ser feito em melhores condições, e com total apoio do Sinplalto, sindicatos parceiros e da CONACS, que é a Confederação nacional da classe.
“Abordar questões de políticas públicas relacionadas à saúde e endemias, bem como propor soluções e recomendações para melhorar a eficácia das ações governamentais. Promover a conscientização entre a população sobre as questões de saúde e endemias, bem como fornecer informações educativas para prevenção e controle”, disse Hely Aires, presidente do Sinplalto, na fala de abertura do evento.
Há mais de 43 mil agentes de saúde em Minas Gerais, e dezenas deles estavam na primeira Conferência mineira da categoria, realizada em Araxá na última sexta-feira (10/11). Abrindo a manhã de palestras o doutor Bruno Barbosa Borges, fez uma fala motivacional para os profissionais. “Precisamos garantir quais palavras gostaríamos de ouvir, e quais palavras devemos falar. As palavras são destrutivas e construtivas, porque se o mundo está um caos, que não sejamos parte desse caos, mas sim, parte dessa mudança”, disse durante a palestra “Propósitos de vida e sua essência futura”.
Os agentes comunitários de Saúde e Endemias estavam ansiosos para ouvir Ilda Angélica falar. Ela preside a Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combates às Endemias, e fez um compilado da vivência em décadas de atuação e quão grande é a busca por melhorias para a categoria. Ilda, que assumiu a presidência do CONACS em 2016, também é professora alfabetizadora e Agente Comunitária de Saúde na cidade de Maracanaú, no Ceará desde 1990, ressaltou em vários trechos da fala que ‘A luta não pode parar’, e que continua lutando por vários pontos, como a desprecarização do vínculo.
“Desde as leis de 1951, até as mais atuais, nós nunca votamos alguma lei nossa que não seja com maioria absoluta dos votos, seja na Câmara ou no Senado. Relembrando sobre como foi conquistar esses direitos, e do respingo da pandemia com o recurso da saúde diminuído, conseguimos o piso salarial”, falou Ilda, que encerrou a palestra com a música considerada o hino dos agentes comunitários de Saúde e Endemias “Respeite quem pode chegar onde a gente chegou”.
Eles são o primeiro contato com todas as famílias brasileiras, sem nenhuma distinção, dos mais pobres aos milionários; a porta de entrada de centenas de dados que ouvimos diariamente. Essa classe atua na Atenção Primária da Saúde, anotam os dados de toda a população de cada cidade, no perímetro urbano, e na zona rural. Os números comprovam a importância dessa categoria. No país existem 265 mil agentes comunitários que atuam no campo da Saúde da Família e 61 mil agentes de combate às endemias (dados divulgados pelo Governo Federal em janeiro de 2023), os 43 mil em Minas Gerais fazem do estado o com maior número de Agentes.
Priscila Dayane Apolinário da Silva é agente comunitária há 12 anos, atualmente locada no ESF Jardim das Oliveiras em Araxá, representando os agentes comunitários e de endemias junto a Sinplalto, descreveu parte do que faz esses profissionais “levo alento a quem chora, consolo aqueles que têm dores, sou a mão amiga dos vulneráveis, sou a escuta atenda e delicada daqueles que precisam falar. Dou voz a quem não tem, vejo os invisíveis, acolho a quem necessita no momento de fragilidade. Acredito num atendimento técnico e profissional, sem perder de vista a humanização”, disse.
O deputado federal Fred Costa esteve no período da tarde no evento e ressaltou que “desde que a CONACS iniciou seu trabalho em Brasília foram 9 leis criadas em defesa da classe. Vamos lembrar ainda do maior marco que foi o piso salarial, somente duas categorias conseguiram esse feito nos últimos dois anos, ACS e enfermeiros”. O médico reumatologista e acupunturista Dr. Carlos Eugênio Ribeiro Parolini, pontuou que para estar atuando com tamanha eficácia, como a profissão exige, é necessário estar com o corpo e mente sã, movimentando os 400 músculos que temos com plenitude. Finalizando a sequencia de palestras, o advogado de inúmeros sindicatos de diferentes regiões de Minas Gerais, Eldbrendo Pereira Monteiro, pontuou todos os direitos dos mais de 260 Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias presentes no evento falando sobre “A relação jurídica e direitos dos Agentes de Saúde”, onde detalhou a importância desses profissionais para uma nação.
O presidente do Sinplalto (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Câmaras e Autarquias do Planalto de Araxá), Hely Aires, foi surpreendido com uma placa de agradecimento pelo trabalho que desenvolve em prol dos trabalhadores da rede pública. E Ilda Angélica, que preside a CONACS também foi homenageada, com uma moção de Congratulação e Reconhecimento da Câmara Municipal de Araxá, entregue pelo vereador Raphael Rios.
A conferência foi organizada pelo SINPLALTO (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais das Prefeituras, Câmaras e Autarquias da Micro Região do Planalto de Araxá), SISEMS (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sacramento), SINDACS/ACE (Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias de Unaí/MG e Região), com apoio da CONACS, FESERV-MG (Federação Independente dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais das Prefeituras, Câmaras, Autarquias, Institutos de Previdência, Servidores Contratados, Concursados, Comissionados, Servidores dos PSFs e PCAs, Servidores das Guardas Municipais e Autarquias do Estado de Minas Gerais), e da SON (Sindicatos Online).