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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira (10), mostrou que em fevereiro, a inflação nos bares e restaurantes (0,50%) ficou abaixo do índice médio (0,84%). No mês, o indicador da alimentação dentro do lar (0,04%) ficou menor, mas no acumulado dos últimos 12 meses, o setor performou melhor, somando 8,04% contra aumento de 10,51% nas refeições feitas em casa.
Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, comer fora de casa segue mais atrativo. “Temos testemunhado um esforço hercúleo do setor em segurar o aumento dos cardápios, principalmente considerando que nos últimos 12 meses houve alta de 9,84% no preço dos alimentos e bebidas. Houve um ganho de produtividade significativo nos últimos anos, mas não é suficiente para segurar o reajuste nos bares e restaurantes, que estão fazendo um exercício difícil de enxugar custos. Essa situação está ficando insustentável e conseguimos perceber pelo número de empresas fazendo prejuízo (23%), que voltou a aumentar”, afirmou.
Ainda segundo Solmucci, é preciso garantir a esses negócios e aos milhões de trabalhadores que neles atuam o direito de continuar existindo. “Precisamos de ajuda, com urgência. A questão do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) precisa ser resolvida, por exemplo. O governo pode e deve apoiar nosso setor”, reforçou.
De acordo com o presidente da Abrasel Sul de Minas, André Yuki, os restaurantes sempre têm a tendência de preços menores que a inflação de alimentos, que são basicamente os insumos dos negócios, como carnes, hortifrúti e gás. “No Sul de Minas, o longo período de chuva tem atingido os insumos de hortifrúti, tomate, folhagens, cenoura e batata, que tiveram aumentos relevantes. Outro fator é a subida do gás de cozinha, então isso é muito bom para o consumidor. Comer fora ainda está mais barato”, explicou.
Resultados
Em fevereiro, as refeições (0,38%) apresentaram elevação pouco menor em comparação aos lanches (0,57%) no setor de alimentação fora do lar. No acumulado de 12 meses, a diferença quase dobra, com os lanches (11,97%) bem acima das refeições (6,18%).
Os insumos, em maioria, sofreram aumento no último mês, como o arroz (1,91%), o feijão carioca (1,23%) e a cenoura (19,52%). Entre os que sofreram deflações mais significativas, estão limão (-14,93%) e a batata inglesa (-11,57%).